Brasil

Juliana Marins é a 10ª pessoa a morrer no Monte Rinjani em cinco anos

Redação Online

Publicado em 24 de junho de 2025 às 14:37 | Atualizado há 7 horas

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta na noite desta terça-feira (24), após sofrer uma queda de cerca de 600 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. O acidente ocorreu na manhã de sábado (21), e o corpo só foi alcançado pelas equipes de resgate quatro dias depois, em uma das operações mais complexas já realizadas no local.

Segundo o Basarnas, agência nacional de busca e salvamento da Indonésia, um dos socorristas chegou até Juliana por volta das 18h (horário local) de terça-feira e confirmou que ela já não apresentava sinais vitais. A operação de retirada do corpo foi programada para a manhã desta quarta-feira (25), com uso de sistema de içamento e transporte por helicóptero.

A QUEDA E O RESGATE

Juliana fazia parte de um grupo de 13 pessoas que iniciou a subida pela trilha de Sembalun na sexta-feira (20). Durante a madrugada de sábado (21), em um dos trechos mais íngremes, ela ficou para trás, perdeu contato com o grupo e acabou despencando em direção ao Lago Segara Anak, numa região conhecida como Cemara Nunggal.

Testemunhas relataram que ainda ouviram gritos de socorro de Juliana no sábado pela manhã, mas a combinação de terreno perigoso, neblina densa e chuva intensa dificultou o avanço das equipes de resgate. Nos dias seguintes, drones térmicos e helicópteros foram usados na tentativa de localizá-la.

HISTÓRICO DE ACIDENTES NO MONTE RINJANI

O caso de Juliana chama atenção por mais um motivo: ela é a 10ª pessoa a morrer no Monte Rinjani desde 2020. O vulcão, com 3.726 metros de altitude, é o segundo mais alto da Indonésia e um dos destinos de trekking mais procurados da Ásia, mas também um dos mais perigosos.

Confira outras mortes recentes no local:

  • Dezembro de 2021: Um homem de 26 anos, de Surabaya, caiu de um penhasco de 100 metros ao longo da trilha de Senaru, em Lombok Utara.
  • Agosto de 2022: Um turista português de 37 anos morreu após cair ao tentar tirar uma selfie na borda da cratera.
  • Setembro de 2024: Um morador de Jacarta caiu em um abismo e ficou desaparecido por uma semana até ser localizado por um drone térmico.
  • Outubro de 2024: Um turista irlandês caiu de uma altura de 200 metros, mas sobreviveu com ferimentos leves.
  • Maio de 2025: Um montanhista da Malásia, de 57 anos, morreu ao cair de um desnível de quase 100 metros, durante a descida pela trilha Torean.
  • Junho de 2024: Uma turista suíça faleceu ao escorregar em um trecho da Bukit Anak Dara, também em Lombok, após acessar o local por uma trilha ilegal.

Além desses, outros três casos fatais ocorreram entre 2020 e 2023, todos envolvendo quedas em terrenos íngremes.

PRESSÃO INTERNACIONAL POR RESGATE

A demora no resgate gerou comoção nas redes sociais. O perfil @resgatejulianamarins, criado pela família, somou mais de 1,2 milhão de seguidores em apenas três dias. Internautas brasileiros invadiram as redes do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, exigindo agilidade na operação.

Diante da repercussão, o governo mobilizou quatro helicópteros, dezenas de agentes e voluntários, além de contar com o apoio da PT Amman Mineral Nusa Tenggara, empresa privada com estrutura de resgate em áreas de risco.

PRÓXIMOS PASSOS

O corpo de Juliana será levado ao Hospital Bhayangkara, da polícia da província de Nusa Tenggara Barat, antes do início dos trâmites para retornar para o Brasil. O Itamaraty informou que acompanha o caso de perto e presta assistência à família. Já o Parque Nacional do Rinjani determinou o fechamento temporário da trilha ao cume, até a conclusão total da operação.

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