Justiça autoriza soltura do dono da Ultrafarma e executivo da Fast Shop
Léo Carvalho
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 23:26 | Atualizado há 1 hora
A Justiça paulista autorizou na tarde desta sexta-feira, 15, a soltura de Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. Eles haviam sido detidos na última terça-feira, 12, durante a Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que apura um esquema milionário de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
A liberdade provisória foi concedida mediante pagamento de fiança fixada em R$ 25 milhões, além de imposição de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com outros investigados e testemunhas, entrega de passaportes e outras restrições.
Restrição
A decisão judicial também determinou que Sidney e Mário Otávio não frequentem locais ou tenham contatos com pessoas ligadas à Sefaz-SP. A medida é uma tentativa de coibir interferência na apuração que ainda segue em curso.
Ambos permanecerão como investigados no inquérito do MPSP, que aponta indícios de fraude em ressarcimentos de créditos de ICMS. As investigações mostram que auditores fiscais manipulavam procedimentos complexos para favorecer empresas varejistas, em troca de pagamento de propinas que podem ter alcançado valores superiores a R$ 1 bilhão.
Suspeito
Enquanto Sidney e Mário Otávio foram libertados, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como o mentor do esquema, teve a prisão temporária prorrogada. O patrimônio dele teria saltado de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões entre 2023 e 2025. O suposto operador segue preso, bem como outros envolvidos, incluindo o auditor Marcelo de Almeida Gouveia e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane de Conceição Lopes, suspeitos de lavar dinheiro. A mulher, porém, teve sua prisão convertida em domiciliar.
As investigações do MPSP continuam, e os desdobramentos podem levar a novas denúncias contra empresários e agentes públicos envolvidos.