Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice
DM Redação
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 09:05 | Atualizado há 3 horas
Ana Pompeu – Folha Press
O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta terça-feira, 14, o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e de dirigentes da entidade. José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), é vice-presidente da entidade, investigada no caso dos descontos irregulares de benefícios do INSS.
A decisão foi dada no âmbito de uma ação que tramita de forma sigilosa. O processo é o mesmo no qual a Polícia Federal deflagrou uma operação na última quinta (9), em nova fase de investigação sobre o esquema. Mendonça, relator do caso, autorizou na semana passada 66 mandados de busca e apreensão. A PF fez a operação em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal.
De acordo com nota divulgada pela PF, o objetivo foi aprofundar as apurações sobre supostos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e ocultação e dilapidação patrimonial. Durante a operação, foram apreendidos R$ 135,8 mil em espécie e 27 veículos, incluindo modelos de alto padrão como Ferrari, Porsche, Audi, BMW e Mini Cooper. Além de uma arma de fogo, 30 relógios, entre eles peças de luxo avaliadas em até R$ 100 mil, e diversos aparelhos eletrônicos, como celulares e notebook.
O porta-voz do Sindnapi, Marco Piva, afirmou na ocasião que “o sindicato está muito tranquilo em relação a esse processo”. “Ao contrário de outras entidades, tem 25 anos de existência e de serviços prestados aos aposentados e pensionistas”.
“O Sindnapi comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”, escreveram os advogados da associação na semana passada. Eles também declararam “absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”. A reportagem não conseguiu contato com o Sindnapi nesta terça.