Morador de Formosa deserta da guerra na Ucrânia para ficar próximo da família
DM Redação
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 17:57 | Atualizado há 5 horas
Um dia antes de embarcar para lutar na guerra da Ucrânia, Emerson Souza, de 28 anos, descobriu que a esposa estava grávida do quarto filho. Morador de Formosa (GO) e natural de Minas Gerais, ele já era pai de três crianças, de dez, quatro e dois anos. Apesar da resistência da companheira, decidiu aceitar o convite de integrar a legião estrangeira do exército ucraniano em busca de uma vida melhor para a família.
A oportunidade chegou por meio de um grupo de WhatsApp, onde um recrutador prometia remuneração elevada para quem aceitasse combater as tropas russas. Emerson viajou em 19 de maio de 2025, mas a realidade se mostrou diferente: o pagamento dependia de cumprir inúmeras missões em pouco tempo, algo que ele considerou inviável. Segundo relata, em pouco mais de dois meses, recebeu apenas R$ 2 mil.
Embora tenha passado parte do período afastado do front, o brasileiro enfrentou situações de perigo. Em Kharkiv, presenciou drones ao sobrevoarem a região em que estava e bombas que explodiram a poucos metros. “É péssimo ficar longe da família da gente, sabendo que a gente pode morrer a qualquer momento”, disse.
A decisão de retornar foi marcada pela incerteza. Sem recursos, Emerson precisou da ajuda de familiares e de uma vaquinha organizada pelos parentes da esposa. A viagem de volta custou cerca de R$ 16 mil. Ele desembarcou em Brasília em 1º de agosto, após passar por Roma e São Paulo.
Hoje, Emerson trabalha em uma fazenda no Entorno do Distrito Federal. Ao reencontrar a família, descreveu a emoção: “Quando vi minha filha correndo e dizendo ‘papai, papai’, aquilo quase partiu meu coração”.
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