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MPT resgata mais de 100 trabalhadores de condições análogas à escravidão em Goiás

DM Redação

Publicado em 13 de outubro de 2025 às 15:43 | Atualizado há 2 horas

Os fiscais constataram que os empregados dormiam em alojamentos superlotados e com forte odor de lixo
Os fiscais constataram que os empregados dormiam em alojamentos superlotados e com forte odor de lixo

Uma operação do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) resgatou 108 trabalhadores que viviam em condições degradantes em uma fazenda localizada no município de Vila Boa, no Leste goiano. Os fiscais constataram que os empregados dormiam em alojamentos superlotados, sem ventilação e com forte odor de lixo. O local não possuía banheiros, e a água consumida apresentava coliformes fecais.

Os trabalhadores prestavam serviços às empresas Companhia Bioenergética Brasileira (CBB) e Atac Participação e Agropecuária S/A, ambas em recuperação judicial. Após a fiscalização, as companhias assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), na qual compremetiam-se a pagar R$ 1,5 milhão em verbas rescisórias e indenizações por danos morais.

O relatório da operação detalha jornadas de trabalho exaustivas, alimentação limitada e ausência total de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Muitos empregados não possuíam registro formal e eram trazidos principalmente do Maranhão. A fiscalização também constatou a inexistência de locais adequados para refeição e descanso.

O TAC impõe às empresas a regularização das contratações, proíbe o uso de intermediários e exige a implementação do Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural (PGRTR). As companhias deverão manter alojamentos a até 30 km do local de trabalho, garantir água potável, banheiros, áreas de convivência e transporte diário de no máximo 25 minutos.

A investigação começou após uma denúncia anônima feita por meio dos canais oficiais — Sistema Ipê, Aplicativo Pardal e Disque 100. A reportagem tentou contato com representantes das empresas citadas, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

Foto: MPT

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