Brasil

O acesso à cultura e o crescimento da curiosidade literária nos adolescentes

Redação DM

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 23:03 | Atualizado há 10 anos

O retrato do acesso a cultura no nosso país não é dos mais belos que se pode encontrar, infelizmente o país sempre foi referência de desigualdade até mesmo no aspecto cultural.

A massificação do termo cultura é o que tem encantado nos últimos anos. Ver a cultura da favela, do sertão e do nordeste, sendo divulgadas nas mídias é um grande passo para a desconstrução do estereótipo de homem culto que foi estabelecido na nossa sociedade de forma preconceituosa.

O termo cultura denomina-se “O conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.” Entretanto o termo cultura vinha se mostrando egoísta no nosso país, pois só era considerado um cidadão culto se em seus hobbies e gostos se encaixassem em culturas burguesas.

A diversidade de culturas do nosso país é tão grande quando a dimensão territorial do mesmo, sendo assim é  muito egoísta pensar que apenas a sua cultura é existente e valida em um país tão diversificado.

Por muito tempo, quando se falava em cultura, o que se via da mídia, com relação a musica era: Djavan, Tom Jobim e outros nomes do MPB ou da bossa nova, ( mas até o a denominação MPB apenas para esse estilo musical brasileiro é preconceituosa).

Quando se tratava de dança, cultura era ballet, quando se tratava de literatura cultura se referia diretamente a Machado de Assis e no máximo Graciliano Ramos.

Hoje temos visto uma massificação desse termo, enfim! Pois se cultura é o conjunto de manifestações artísticas de um povo e culta é a pessoa que tem cultura, qual a base que as pessoas usavam para excluir costumes de alguns povos?

Classificar as musicas sertanejas como musicas de gente matuta, classificar rap e musicas da comunidade como musicas de bandido, classificar danças dos guetos como sem nexo e qualidade artística é um tanto quanto absurdo.

O acesso a cultura nas mídias e redes sociais, fez despertar nos adolescentes e crianças de classe sociais menos favorecidas, que não tinham acesso a literatura e outros tipos de arte, a curiosidade por manifestações artísticas, principalmente pela leitura. O indíce de obras literarias lidas por um adolescente de comunidade, era quase que inexistente, hoje mesmo que ainda baixo,é considerado razoável. O jovem é atraído para a leitura, pelo que ele vive, pelo intretenimento que lhe interessa, então um conto de um escritor contemporâneo, que relata assuntos de sua vivência e vive a mesma realidade que ele, irá de certo, fascina-lo com mais facilidade, despertando posteriormente interesse por outro tipo de literatura.

Segundo a reportagem feita pela Cristina Indio do Brasil, Repórter do site AGÊNCIA BRASIL, em uma reportagem de 2013,

O escritor e jornalista Zuenir Ventura disse que já procurou entender, mas não chegou a uma conclusão sobre o crescimento do interesse dos jovens pela leitura. Ao visitar estande o da Submarino, loja virtual de venda de livros, na 16ª Bienal do Livro,no

Riocentro, ele acrescentou que a explicação pode estar na evolução da literatura de entretenimento, por meio da qual os adolescentes começam a se interessar pela literatura. Acrescentou: “As escolas, no meu tempo, não entendiam assim e transformavam a leitura em um dever. Aí ficava uma coisa chata. Quando se revela para a criança e o jovem que a leitura é um prazer, um gozo, uma coisa gostosa de fazer, eles não têm como resistir. É botar na cabeça dos professores e dos pais que a leitura tem que ser um prazer e não um dever”, comentou à  Agência Brasil.”

As escolas tem armas poderosas para motivar o interesse dos alunos pela leitura e outros tipos de artes, porém devem ser considerados, o contexto social em que ele vive para que a leitura não se torne massante, e seja enxergada como um prazer.

 

(Nara Rúbia da Silva, estudante do quinto período de Direito, na Universidade Salgado de Oliveira,  estagiária no cartório Indio Artiaga 4 tabelionato de notas de Goiânia)


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