O desejo pela liberdade
Redação DM
Publicado em 3 de julho de 2023 às 14:27 | Atualizado há 2 anos
A liberdade individual é um conceito
fundamental que permeia a essência da existência humana. Desde os primórdios da
sociedade, as pessoas têm lutado por sua liberdade, reconhecendo-a como um
direito inalienável. Mas somos livres, de fato?
Este é um tema de muitos estudos, reflexões,
músicas, filmes e conversas de corredores, ou seja, faz parte do nosso anseio
primeiro, das lutas políticas e crises de cada pessoa. Contudo, precisamos
pensar sobre isto, e de uma maneira especial neste nosso momento onde há uma
demanda quase imperiosa para sermos livres.
A liberdade individual envolve a
capacidade de agir, pensar e expressar-se de acordo com as próprias convicções,
sem interferências externas indevidas. Porém, em um mundo cada vez mais
complexo e interconectado, a liberdade individual é frequentemente ameaçada por
uma série de desafios, sejam eles externos ou os de cada pessoa. As restrições
autoimpostas, como medo, conformidade social ou falta de confiança, podem
limitar a capacidade das pessoas de abraçar plenamente sua liberdade. E na verdade,
existe esta possibilidade de liberdade plena? O que acha a respeito?
Mas hoje em dia, há um anseio por uma
liberdade, a qualquer custo, e esta verdadeira pressão para ser livre pode
levar a um sentimento de confusão, ansiedade e falta de autenticidade. Um
famoso filosofo escreveu muito sobre a liberdade: Jean Paul Sartre argumentava
que a liberdade individual está intrinsecamente ligada à angústia e à
responsabilidade. A liberdade implica a responsabilidade de assumir as
consequências de nossas escolhas, e isso pode ser angustiante, já que não
podemos transferir a responsabilidade para qualquer outra pessoa ou entidade.
E na minha clínica sempre há o encontro
angustiante entre o meu desejo de ser livre e a capacidade de vive-la no meu
dia-a-dia, onde temos tantos que fazem de tudo para manter a ideia de
liberdade, e esta é neuroticamente fantasiada, como algo sem limite e onde o “eu
posso tudo” parece ser superior à própria realidade.
E você, como se coloca sobre este assunto?
Tem conseguido olhar para este autêntico desejo de ser livre e colocá-lo dentro
do campo da responsabilidade pessoal e lidar com a angústia que advém deste
confronto? Este é um grande desafio!
Meu convite para você, neste café de hoje,
é que anseie a liberdade, sem ignorar as possibilidades reais, com os limites e
vulnerabilidades próprias da condição humana. Pensar a liberdade e limite como
elementos humanos vitais. Somos livres, mas não tanto quanto nossa fantasia
imperiosa nos mostra. E isto é a condição humana! O que cabe a mim e a você?
Lidar com esta angústia e não querer pagar qualquer preço por um ideal de liberdade
sem limites e bordas. Fica a dica!
Um ótimo café para você, te espero no próximo
café e nas minhas redes. Até la!
Instagram @eliassilva.psi