O “Mistério”, de Elma Paranhos
Redação DM
Publicado em 5 de novembro de 2016 às 01:29 | Atualizado há 9 anosUma série de coincidências assinalam a vida literária de Elma Paranhos: “Curiosamente, veio ao mundo às 12 horas do mês 12, e tomou posse no dia 12 na Academia de Letras, Ciências e Artes de Inhumas , – AlCAI.
Essas curiosas coincidências inspiraram Elma, quando diz: “Amar o desconhecido / é viver na escuridão, / é ter olhos e não ver.
“É ter voz e não falar,/ É sonhar e não viver./
“É viver sentindo-se morrer.
É amar o desconhecido / É viver na escuridão,/
É ter olhos e não ver/. É viver, sentindo-se morrer.
Na apresentação, o acadêmico Ubirajara Galli Vieira, ‘Bira’, na intimidade, assinala, com acentuada propriedade, que “Mistério é a palavra chave para definir o sentimento que nos envolveu naquela manhã de setembro de 2003. Eu estava reunida, nesta data, na cidade de Ipameri, a Comissão Julgadora do Concurso Nacional de Poesia ‘Yeda Schmaltz’, composta por antigos amigos e companheiros da homenageada, no ofício da arte, nos interstícios da palavra, além do seu tio poeta ipamerino, Leonardo Cristiano. Na condição de coordenador do concurso, eu observava, atentamente, o passo a passo, a bom som, os comentários a respeito dos textos filtrados por eles para chegar aos vencedores do certame. Não foi tarefa fácil. Rolou um bom suor poético. Visitados cerca de 8.000 poemas, a Comissão chegou ao consenso, e nomeou os três primeiros lugares, além do destaque local, que deveria contemplar um poeta residente ou nascido na cidade de Ipameri. Essa modalidade foi a provocativa do ‘mistério’ para decifrar quem seria aquele ou aquela poeta que, em um quadro de palavras, houvesse conseguido tamanho exercício do belo, no comentário da Comissão e meu também, de forma, é claro, enxerida. Foi assim, talentosamente, que Elma Paranhos apostou, publicamente, em seu jeito poético de se expressar, que tanto me encanta. A partir de então, tornei-me fiel hospedeiro dos seus poemas, cujas formas medram o corpo de poucas palavras. Eles, sem dúvida, são os meus preferidos.
A premiação recebida por Elma foi algo extremamente motivador na sua jornada literária. Mais premiações vieram através de outros concursos, resultados que habilitam a poeta a ocupar assentos em várias instituições culturais, de forma tão rápida e tão merecedora. Entre essas casas de representação cultural, lembro a ‘Academia Urutaína de Letras, Artes e Ciências ‘Professora Marília de Dirceu Vieira’, cidade onde ele residiu, tendo estudado no Grupo Escolar ‘Vasco do Reis Gonçalves’, cujas passagens, e de forma idêntica, são minhas também”.
E prossegue, o apresentador:
“Há cerca de dois anos, Elma colocou em minhas mãos, uma coletânea de poemas, pedindo a minha apreciação. Passados alguns meses, ela me disse para ignorar aqueles poemas, porque eles já eram outros. Foi o que fiz. Riscados outros meses no calendário, Elma, novamente, cobriu minhas mãos com uma farta ninhadas de poemas, cuja certidão batismal carimbava esse agrupamento de ‘Mistério’, título que tão bem traduz a primeira essência do meu contato com a sua criação. Para essa segunda roupagem poética, dei alguns palpites, algo que resultou no gentil convite para apresentar esta obra, segunda a ser publicada, enquanto a primeira havia ocorrido em 2005, com o livro de poemas “Momentos”. Naturalmente, alguns palpites tiveram aceitação, outros não. Algo normal, em toda relação humana, na tenda da existência”.
E acrescenta, o apresentador: “Elma reside na cidade de Inhumas, onde cultivo fortes amizades, e que teve fundamental importância na minha caminhada literária. O poeta vai enriquecendo sua trajetória literária, com novas composições poéticas, numa terra acostumada com a essências cultural, reveladora e estimuladora de tantos talentos”.
E arremata, o percuciente apresentador:
“Mistério” está prontinho para ser decifrado, e que não haja economia de sensibilidade para vivê-lo”!…
(Licínio Barbosa, advogado criminalista, professor emérito da UFG, professor titular da PUC-Goiás, membro titular do IAB-Instituto dos Advogados Brasileiros-Rio/RJ, e do IHGG-Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, membro efetivo da Academia Goiana de Letras, Cadeira 35 – E-mail [email protected])