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PF diz que certificado de vacinação foi emitido na conta de Bolsonaro no ConecteSUS um dia após suspeita de fraude

O relatório da PF que sustenta as investigações sobre a fraude nos dados de vacinação do ex-presidente, de sua filha e de assessores contém esta informação

Agência Brasil/Arquivo Agência Brasil/Arquivo

Informações divulgadas pela Polícia Federal apontam que os certificados de vacinação contra a Covid-19 foram emitidos na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no aplicativo ConecteSUS, mesmo após a inserção de dados supostamente falsos no sistema. De acordo com as autoridades, um desses documentos foi emitido apenas um dia após a suspeita de fraude ter sido levantada.

Essa informação faz parte do relatório da Polícia Federal que está sendo utilizado como base para a investigação das suspeitas de fraude nos dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, de sua filha de 12 anos e de assessores dele.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, no dia 21 de dezembro do ano passado, foram inseridas informações no sistema ConecteSUS indicando que o ex-presidente teria recebido duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19. Após a inclusão desses dados, foi possível gerar um comprovante de imunização no aplicativo.

Segundo o relatório da Polícia Federal, seis dias após a inclusão dos dados de vacinação da Pfizer no sistema ConecteSUS associados ao usuário de Jair Bolsonaro, a servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva removeu as informações alegando "falha".


		PF diz que certificado de vacinação foi emitido na conta de Bolsonaro no ConecteSUS um dia após suspeita de fraude
Fernando Keller

Certificado falso de vacinação de Jair Bolsonaro. (Reprodução/PRF)

De acordo com as investigações, quatro certificados de vacinação foram emitidos pelo usuário vinculado a Bolsonaro, sendo que dois deles foram gerados antes da exclusão das informações suspeitas. Os certificados foram emitidos nos dias 22 de dezembro de 2022, às 8h, e 27 de dezembro de 2022, às 14h19.

Os outros dois certificados de vacinação foram emitidos após a exclusão das informações suspeitas do sistema ConecteSUS. Um certificado foi gerado em 30 de dezembro de 2022, às 12h02, e o outro em 14 de março de 2023, às 8h15.

Ação da Polícia Federal

A Polícia Federal prendeu o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, na manhã desta quarta-feira, 3, em uma operação que investiga a suspeita de inserção de dados falsos nos cartões de vacinação contra a Covid-19. A ação também incluiu buscas na casa de Bolsonaro.

Além da prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal também realizou buscas e apreensões na casa do ex-presidente, localizada no Jardim Botânico, em Brasília.

De acordo com nota divulgada pela Polícia Federal, as alterações nos cartões de vacinação investigadas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, resultando na "alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante", ou seja, a condição de imunização contra a Covid-19 dos envolvidos.

O celular de Jair Bolsoanro foi apreendido pelos agentes da Polícia Federal. Além de Mauro Cid, foram presos os assessores Max Guilherme e Sérgio Cordeiro.

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