Polícia do Rio investiga golpe de caipirinha por 20 mil reais com envolvimento de ambulantes e traficantes
Redação Online
Publicado em 28 de junho de 2025 às 17:40 | Atualizado há 9 horas
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a atuação de uma quadrilha formada por ambulantes e integrantes do tráfico de drogas que aplicava golpes contra turistas nas praias da cidade. O caso que desencadeou a apuração envolve a venda de uma caipirinha por 20 mil reais, supostamente cobrada de forma fraudulenta durante atendimento na orla.
Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia do Consumidor (Decon), o golpe era aplicado por meio da inserção de valores exorbitantes nas maquininhas de cartão, aproveitando-se da distração ou da falta de familiaridade dos consumidores com o idioma ou com a moeda local. Após a transação, as vítimas só percebiam o prejuízo quando consultavam seus extratos bancários.
Os investigadores apontam que parte dos ambulantes envolvidos mantinha vínculos com traficantes que operam em comunidades próximas às praias da zona sul. Os criminosos davam cobertura ao esquema, garantiam o controle do espaço e intimidavam eventuais reclamações. Em alguns casos, havia relatos de ameaças contra clientes que percebiam o golpe ainda no momento da compra.
A Polícia já identificou movimentações financeiras suspeitas associadas a contas de pessoas ligadas aos vendedores, incluindo transferências vultosas incompatíveis com a renda declarada. O golpe não se restringia à venda de caipirinhas, mas envolvia também outros produtos como cervejas, porções de petiscos e guarda-sóis com cobrança acima do valor real.
A Prefeitura do Rio informou que intensificará a fiscalização de ambulantes nas praias, especialmente durante os fins de semana e feriados prolongados, com apoio da Guarda Municipal e da Secretaria de Ordem Pública. A Polícia também estuda pedir o bloqueio de contas bancárias e bens ligados ao grupo, a fim de evitar a dilapidação do patrimônio obtido por meio ilícito.
Além das punições penais por estelionato, extorsão e associação criminosa, os envolvidos poderão responder por crimes contra as relações de consumo. A delegada responsável afirmou que a operação tem como objetivo desarticular a rede por completo, desde os ambulantes até os mandantes do esquema, localizados em áreas dominadas pelo tráfico.
Os investigadores reforçam o alerta a moradores e turistas para que verifiquem o valor total antes de inserir senhas em maquininhas de cartão, exijam nota fiscal e, em caso de suspeita de golpe, acionem imediatamente a Polícia ou guardas municipais.