Protestos em São Paulo evidenciam urgência da crise climática
Redação DM
Publicado em 8 de junho de 2025 às 16:34 | Atualizado há 9 horas
Cerca de quinhentas pessoas se reuniram em São Paulo neste sábado (7) para a Marcha pelo Clima, um evento que apontou a insatisfação com o recente avanço do Projeto de Lei 2.159/2021 no Senado. O percurso começou no icônico Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e terminou na Favela do Moinho, um local que já enfrentou diversas tentativas de remoção forçada de seus moradores.
Mobilização popular
Os manifestantes, incluindo ambientalistas e líderes comunitários, expressaram sua indignação contra o que chamam de “PL da Devastação”. O projeto, que visa flexibilizar licenças ambientais, foi aprovado com 54 votos favoráveis e 13 contrários, e alarmou especialistas devido ao seu potencial de desregulamentação. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou veementemente a proposta, considerando-a inconstitucional.
Durante a marcha, slogans como “Não tem planeta B” ecoaram pelas ruas, enquanto representantes da comunidade ressaltaram que o texto do PL compromete não apenas o meio ambiente, mas também a vida de populações vulneráveis, como indígenas e quilombolas. A líder comunitária Nathalia Santana enfatizou a necessidade de abordar as questões ambientais de maneira acessível, conectando-as à realidade das pessoas que vivem em áreas urbanas e periféricas.
Consequências do PL
Os riscos associados ao PL 2.159 vão além da degradação ambiental. Ativistas lembraram de tragédias anteriores, como o caso da Braskem em Maceió, que levou à evacuação de bairros inteiros devido à extração de sal-gema, destacando a necessidade de um licenciamento rigoroso para prevenir desastres. Santanacomentou que a situação das favelas pode se agravar, com aumento de temperaturas e contaminação da água, afetando ainda mais as populações mais vulneráveis.
A aposentada e ativista Sol Teixeira, que participa ativamente do Movimento Nacional pelo Fim da Exportação de Animais Vivos, chamou atenção para o papel devastador do agronegócio. Ela destacou os sofrimentos enfrentados pelos animais na indústria, levantando questões sobre a ética do modelo atual e suas consequências para o meio ambiente e para os direitos humanos.
A Marcha pelo Clima, portanto, não é apenas um protesto contra a flexibilização das normas ambientais, mas um grito de alerta sobre as urgências que a crise climática impõe, exigindo ações imediatas e efetivas para a proteção do planeta e de suas populações.