Operação Carbono Oculto mira Reag Investimentos na B3
DM Redação
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 09:04 | Atualizado há 7 horas
A Operação Carbono Oculto, considerada pela Receita Federal a maior já realizada contra a infiltração do crime organizado no setor financeiro, foi deflagrada nesta quinta-feira, 28, com mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados. O objetivo é desmontar o esquema do Primeiro Comando da Capital em negócios da economia formal.
Entre os 350 alvos da ação está a Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do Brasil, listada na Bolsa de Valores brasileira. A companhia, que atua na administração de recursos e patrimônio, foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação. Logo pela manhã, agentes estiveram na sede da empresa, na alameda Gabriel Monteiro, na zona oeste de São Paulo, além de outros endereços ligados ao mercado financeiro na avenida Faria Lima. De acordo com a força-tarefa, cerca de 40 fundos estariam sendo utilizados pelo PCC para movimentações ilícitas.
A operação mobilizou 1.400 agentes e também mira empresas ligadas ao setor de combustíveis e instituições financeiras que serviriam de suporte para atividades criminosas.
Criada em 2012 por João Carlos Mansur, a Reag cresceu rapidamente por meio de aquisições e diversificação de investimentos. Recentemente, a companhia se tornou patrocinadora do tradicional cinema Belas Artes, em São Paulo. No campo financeiro, os resultados mostram recuperação: após prejuízo de R$ 2,1 milhões no primeiro trimestre de 2023, registrou lucro líquido de R$ 2,9 milhões no mesmo período de 2024. Em janeiro, passou a ser negociada na B3 por meio de um IPO reverso, adquirindo a GetNinjas e transformando a plataforma em braço de investimentos.
O negócio foi alvo de questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários, que abriu processo para apurar a demora da empresa em revelar a intenção de assumir o controle da GetNinjas. Hoje, a Reag está listada no Novo Mercado, segmento que exige padrões mais rigorosos de governança corporativa.
O grupo administra uma série de companhias especializadas em diferentes segmentos. A Reag Asset Management cuida de fundos de investimento, Fidcs e fundos imobiliários. A Reag Administradora de Recursos atua com carteiras de títulos e valores mobiliários. A Empírica Investimentos, focada em crédito estruturado, possui mais de R$ 25 bilhões sob gestão.
Outra frente é a Reag Trust, rebatizada como Ciabrasf, dedicada à administração de fundos e serviços fiduciários. Ela se consolidou como uma das principais gestoras de FIPs, Fidcs e multimercados do país. Além disso, o portfólio inclui empresas como Rapier, Quadrante, Quasar, Hieron e Berkana, adquiridas para ampliar presença em áreas como multimercados, ativos líquidos, crédito estruturado e private equity.