Ronaldo Caiado: quando o médico vira paciente e sente a dor
Redação DM
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 22:52 | Atualizado há 8 anosO acidente que ocorreu como médico e senador Ronaldo Caiado deixa algumas reflexões sobre o sentimento da dor para o ser humano. Além de ser um homem público e um ortopedista renomado, especialista em cirurgias da coluna, ele é carismático e vibrante em suas aparições públicas. Mas em 2017 ele sofreu na pele as dores de um acidente de forma profunda, que o levou até São Paulo para tratamento, conforme noticiou o Diário da Manhã e outros jornais. O médico e senador Ronaldo Caiado caiu de uma mula e fraturou o ombro, fato que o fez retirar uma merecida licença médica do senado para o devido tratamento.
No meu lado me veio um pensamento: será que o médico sofre mais ou menos quando vira paciente e se depara com o tormento da dor? Será que a informação é o melhor remédio de nossas vidas? De repente, o médico sente na própria pele e estrutura os efeitos de acidentes e doenças e se torna um ser comum. Em Rio Verde, Goiás, o doutor José Walcio Guimarães, também ortopedista, estava sofrendo um infarto dentro do próprio hospital Santa Terezinha. E foi socorrido pelo seu colega, doutor Vicente Guerra, que prontamente o enviou para tratamento em Goiânia, salvando a vida do colega de trabalho. São coincidências e contradições que acontecem na vida de uma pessoa bem informada. Tanto no caso do senador Ronaldo Caiado quanto no caso do doutor Walcio Guimarães se pode concluir que o médico sofra menos diante da dor, já que conhece os mecanismos e possíveis tratamentos. Quando o médico vira paciente o fato se torna notório, pois o próprio profissional não pode se curar de uma doença ou acidente: precisa de outro médico para ser tratado e até curado.
Assim funciona a nossa sociedade em todos os sentidos: se você tem consciência do fato, com certeza, vai sofrer menos e lutar pela resolução do problema. Também é verdade que muitas vezes se a gente ler a bula de um medicamento não vai querer usá-lo, pois ele tem mais contraindicações que indicações. Assim é a nossa vida: se você vai comprar uma camisa em prestações e sabe de quanto vai pagar de juro, poderá ate ficar mais aliviado. Mesmo que não pague a dívida à vista. Ter uma informação é muito importante, mesmo quando nada pode mudar. Por instantes eu fico imaginando na dor sofrida pelo senador Ronaldo Caiado e as primeiras reações após cair da mula, na fazenda. Dar conselhos para outras pessoas é fácil; difícil é se aconselhar. Mas o médico Ronaldo Caiado está bem, buscando a sua recuperação. E novamente me faço a pergunta: será que o médico sofre mais que o cidadão comum quando vira paciente?
Depois do acidente o próprio Caiado disse com humildade que somos todos mortais e agradeceu pelas orações da população em vários setores. Eu creio que a informação é muito importante em qualquer área, ainda que não possamos dar a ela o melhor retorno. Operar, receitar, observar, recomendar são verbos de rotina para o médico: e quando ele se torna paciente não deve ficar impaciente, com o perdão do trocadilho. Essa reflexão é só para mostrar a importância da formatura, do estudo e do conhecimento. Quem sabe mais, sofre menos e levanta a cabeça para novos embates. Assim é a vida, devemos sair das trevas para vencer a dor. Boa recuperação ao senador Ronaldo Caiado, e que ele continue trabalhando bem para todos os goianos. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, como médico ou paciente. Quanto o homem mais estuda mais ele se liberta e chega perto de Deus.
(José Carlos Vieira, o Lela, escritor, jornalista, fotógrafo da Secretaria de Esportes de Rio Verde, E-mail lelabalela1@hotmail.com).