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Setembro Amarelo alerta para os efeitos das redes na prevenção ao suicídio

DM Redação

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 11:33 | Atualizado há 3 horas

A campanha Setembro Amarelo chama a atenção para a importância da saúde mental e da prevenção ao suicídio. No entanto, em tempos de internet e redes sociais, o debate ganha um novo desafio: o ambiente digital, que pode ser tanto um aliado quanto um fator de risco para quem enfrenta sofrimento emocional.

Segundo especialistas, o uso excessivo das redes pode piorar quadros de ansiedade, depressão e isolamento. Em entrevista a psicóloga Juliana Meneghelo, alerta para o impacto da comparação constante e da falta de equilíbrio no uso da internet.

“Quando usadas sem equilíbrio, as redes podem gerar comparação excessiva, baixa autoestima, ansiedade e até isolamento. O excesso de críticas e discursos de ódio também aumenta o risco de adoecimento emocional”, explica Juliana.

A psicóloga destaca ainda que o Setembro Amarelo é um momento importante para abrir o diálogo sobre o tema e mostrar que buscar ajuda é sinal de coragem.

“Falar abertamente sobre saúde mental quebra tabus, reduz estigmas e mostra que pedir ajuda não é sinal de fraqueza. O silêncio alimenta o sofrimento, enquanto a informação pode salvar vidas”, completa.

Apesar dos perigos, Juliana afirma que o ambiente online também pode ajudar na prevenção. Páginas com mensagens de apoio, informações confiáveis e até campanhas virtuais podem alcançar quem precisa e fazer diferença.

“O ambiente digital pode ser uma rede de acolhimento. Campanhas online ajudam a identificar sinais de sofrimento, o que permite ações mais rápidas”, destaca a psicóloga.

A profissional também lembra que amigos e familiares devem ficar atentos a sinais como:

Despedidas incomuns ou doação de itens importantes.

Mudanças bruscas de comportamento;

Isolamento repentino;

Falas de desesperança ou que indicam vontade de desistir;

Maria Vitória, de 22 anos, sabe bem o quanto o sofrimento silencioso pode custar caro. Ela perdeu uma amiga próxima, que enfrentava depressão e acabou tirando a própria vida em 2018

“Ela postava tudo sorrindo, cheia de amigos, parecia feliz. A gente nunca imagina que alguém tão perto da gente esta pensando nisso. Foi um choque”, conta.

Maria lembra que a amiga usava muito as redes sociais, mas não demonstrava sinais claros de sofrimento “A gente só percebeu depois, olhando para trás. Algumas frases, alguns comportamentos… Mas na hora, ninguém entendeu que aquilo era um pedido de ajuda”, diz.

A Psicóloga Juliana reforça o papel dos profissionais da saúde mental nesse cenário digital:

“Psicólogos e psiquiatras devem combater a desinformação e mostrar que a ajuda existe e funciona. Nas redes, podem oferecer orientações gerais e incentivar o tratamento.

Se você ou alguém próximo está passando por um momento difícil, não hesite em buscar apoio. Existem canais gratuitos e acessíveis:

CVV – Centro de Valorização da Vida: Ligue 188 (24h, gratuito) ou acesse cvv.org.br

CAPS – Centros de Atenção Psicossocial

UBS – Unidades Básicas de Saúde

SAMU – 192 (emergência)

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