TCU identifica pagamentos indevidos do BPC LOAS a beneficiários falecidos
Redação DM
Publicado em 27 de fevereiro de 2025 às 20:49 | Atualizado há 3 meses
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou uma série de irregularidades no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. O relatório apontou que 2.476 beneficiários falecidos continuam recebendo o benefício, resultando em um prejuízo anual de R$ 5 bilhões aos cofres públicos. Além disso, foram encontrados 6.701 casos de acúmulo irregular do BPC com outros benefícios, o que representa um impacto financeiro de R$ 113,5 milhões por ano.
AUDITORIA DO TCU REVELA FALHAS NA GESTÃO DO BPC
O Benefício de Prestação Continuada garante um salário mínimo mensal para idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, desde que a renda per capita da família seja inferior a um quarto do salário mínimo. No entanto, a auditoria revelou que 6,3% dos beneficiários possuem renda acima desse limite, evidenciando falhas na triagem e concessão do benefício.
Outro problema identificado foi a existência de 31.157 inconsistências cadastrais, o que compromete a precisão na verificação da elegibilidade dos beneficiários. O TCU constatou que muitas dessas falhas resultam da falta de atualização dos cadastros e de um sistema eficaz de controle e fiscalização.
MEDIDAS IMPOSTAS PELO TCU PARA CORRIGIR AS IRREGULARIDADES
Diante das constatações, o TCU determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) implemente medidas para corrigir as irregularidades no prazo de 180 dias. Entre as ações exigidas estão:
Revisão dos benefícios acumulados indevidamente;
Cancelamento de pagamentos a beneficiários falecidos ou com CPFs nulos ou cancelados;
Atualização cadastral dos beneficiários;
Implementação de novos mecanismos de controle e fiscalização.
Além disso, o TCU recomendou ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) que inclua, em suas pesquisas, um estrato representativo dos beneficiários do BPC, a fim de aprimorar os critérios de concessão do benefício.
INSS E MDS ADOTAM MEDIDAS PARA COIBIR FRAUDES
O INSS informou que já iniciou a implementação de medidas para evitar pagamentos indevidos do BPC. Entre elas, destaca-se a revisão de benefícios sem inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) ou com registros desatualizados há mais de 48 meses. O instituto também reduziu o prazo de revisão cadastral de 48 para 24 meses e adotou a biometria como mecanismo de segurança na liberação do benefício.
Já o MDS anunciou que a partir de março entrará em operação um novo sistema do CadÚnico, desenvolvido em parceria com a Dataprev. A plataforma promete maior eficiência e segurança na gestão dos cadastros, garantindo que o benefício chegue a quem realmente necessita. Desde a implementação das primeiras medidas, o ministério já suspendeu 109.447 benefícios irregulares e atualizou mais de 1 milhão de cadastros.
TRANSPARÊNCIA E CONTROLE PARA EVITAR NOVOS PREJUÍZOS
As irregularidades apontadas pelo TCU representam um grande desafio para a gestão dos recursos públicos. A implementação de novas tecnologias, como a biometria e a modernização do CadÚnico, são passos fundamentais para evitar fraudes e assegurar a destinação correta dos benefícios.
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