Vargas Llosa se torna um personagem dos romances de Gabriel Garcia Márquez

Uma das belas histórias de amor da literatura universal. Florentino Ariza se apaixona pela jovem Firmina Daza. Paixão de adolescentes – um amor ardente feito para durar a vida inteira. Mas existia uma pedra no meio do caminho entre o casal de enamorados: o pai de Firmina. E, por imposição paterna, a filha viajou para esquecer esse amor.

Florentino jura fidelidade e amor eterno, apesar de seus “652 casos amorosos cuidadosamente anotados em seu diário”. A vida os separou. Firmina acabou casando-se com o médico Juvenal Urbino, enquanto seu amado seguiu na vida boemia, repleta de sodomias sem nunca esquecer por quem os sinos de seu coração dobravam.

As lembranças vão e voltam sem, nunca, tornarem-se um retrato na parede sem dor. O tempo passa… A única esperança desse amor se concretizar era com a morte de Juvenal Urbino – que acabou acontecendo após um longo tempo de espera: 53 anos, sete meses e onze dias.

Assim relata o romance do genial e sempre imortal escritor colombiano, Gabriel Garcia Márquez, conhecido, pelos mais íntimos, como Gabo. Gabo nos mostra, no talento narrativo de seu romance, o poder do amor e quanto, mesmo após inúmeros desencontros, é capaz de sobreviver depois de tão longa espera.

Sem dúvida, “O Amor nos Tempos do Cólera”, é uma história fascinante e concebida por um escritor imortal, como imortal será outro escritor da mesma envergadura de Gabriel Garcia Márquez. Falo do peruano Mário Vargas Llosa.

Há 30 anos, a jovem e bela ex-esposa e mãe de dois cantores de fama internacional, Júlio e Enrique Iglesias, entrevistou, nos Estados Unidos, o já mundialmente famoso escritor peruano. No encontro, a química entre eles foi às nuvens. Mario era casado e pai de três filhos; Isabel, divorciada, acabaria casando-se, dois anos mais tarde, com o então poderoso ministro da Fazenda da Espanha do governo Felipe Gonzales, Miguel Boyer, que veio a falecer há quase dois anos.

Após uma longa espera de 30 anos, o escritor peruano deu uma reviravolta em sua polêmica vida. Ouviu tão somente a voz do coração. Tomou a dura, mas, humana, decisão de separar de sua companheira de 50 anos, Patrícia Llosa. Dividiu a família com a sua decisão.

Aos 80 anos, os dois gênios da literatura latino-americana se encontraram nas páginas do romance de Gabo. A história de Vargas Llosa se confunde com o personagem Florentino Ariza de o “Amor nos Tempos do cólera”. Coisas da vida e coisas do amor que não se compreendem pela razão.

(Salatiel Soares Correia, engenheiro, bacharel em Administração de Empresas, mestre em Planejamento Energético)