Venezuelanos superam portugueses e se tornam a maior comunidade estrangeira no Brasil, aponta Censo
Redação Online
Publicado em 27 de junho de 2025 às 15:30 | Atualizado há 3 horas
Segundo os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os venezuelanos passaram a representar a maior comunidade de estrangeiros residente no Brasil, ultrapassando pela primeira vez os portugueses. Em 2010, o país contava com apenas 2.869 venezuelanos. Doze anos depois, esse número saltou para 271.514 um aumento impressionante de 9.363%, quase 94 vezes mais.
No mesmo período, a população portuguesa no Brasil apresentou queda de 24%, passando de 137.972 pessoas para 104.345. É a primeira vez desde o início das séries históricas do IBGE que os portugueses deixam o topo do ranking de comunidades estrangeiras no país.
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO BRASIL
O total de estrangeiros e naturalizados no Brasil também cresceu significativamente, alcançando 1.009.340 em 2022 o maior número desde 1980. O aumento foi de 70,3% em relação a 2010, quando o país registrava 592.448 estrangeiros residentes. De acordo com o IBGE, 54% desses imigrantes chegaram ao Brasil entre 2013 e 2022.
A imigração passou a ser predominantemente latino-americana e caribenha, com a participação dessas regiões subindo de 27% para 72% do total de imigrantes entre 2005 e 2022. Além dos venezuelanos, destacam-se comunidades bolivianas, haitianas, paraguaias, argentinas e colombianas.
RORAIMA É O ESTADO COM MAIOR PROPORÇÃO DE ESTRANGEIROS
O estado de Roraima, porta de entrada de venezuelanos pela fronteira norte, possui o maior percentual de estrangeiros em sua população: 12,84%. Já o Rio de Janeiro foi o único estado do país a registrar redução no número de imigrantes, caindo de 96 mil em 2010 para 80 mil em 2022.
São Paulo continua sendo o principal destino de estrangeiros no Brasil, com 359.223 imigrantes registrados no Censo de 2022 o que representa 0,8% da população do estado.
O Censo confirma a mudança no perfil migratório brasileiro, com predominância crescente de fluxos oriundos da América Latina, em contraste com a histórica liderança de imigrantes europeus, especialmente portugueses.