Home / Cidades

CIDADES

Motoristas do transporte escolar oferecem "Carona solidária", em Goiânia

Motoristas do transporte escolar oferecem transporte alternativo sem cobrar pelo serviço aos usuários, desde a última quarta-feira (3), em Goiânia. Os veículos são do movimento de pessoas que estão acampadas na Assembleia Legislativa (Alego) solicitando a aprovação do projeto de lei que permitiria a realização do serviço adicional ao coletivo urbano durante a pandemia.

Fiscais da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) apreenderam uma van que oferecia o transporte próximo ao Terminal Bandeiras, na última sexta (5). Donos de vans foram até o local e questionaram a apreensão, sustentando que não há cobrança pelo transporte e que seriam vizinhos do motorista.

No entanto, em um vídeo que foi gravado no local, pode-se ouvir um dos questionadores justificando que caso o motorista recebesse algum dinheiro, seria para o combustível e se sobrasse, seria para 'alimentar a família dele'. O motorista recebeu multa pelo veículo que foi levado para a CMTC, mas foi liberado.

O trabalhador do transporte escolar, Ricardo Teodoro, sustenta que os donos das vans estão fazendo isso como protesto pelo adiamento frequente da votação do projeto de lei, que existe há um mês, e pela falta de explicações que sancionem uma renda a ele até o retorno das aulas presenciais.

A capacidade de usuários nos ônibus foi liberada apenas para pessoas sentadas, a partir disso, eles permanecem por mais tempo nos terminais e pontos. As vans, neste caso, poderiam diminuir esse impacto. Segundo Teodoro, o transporte circula somente no início da manhã e no fim da tarde, além do percurso dos manifestantes entre as residências e a Alego.

Contribuição aos motoristas

O motorista afirma que é raro algum passageiro contribuir financeiramente, mas, quando acontece, é com pequenos valores pois, segundo ele, a maioria dos usuários andam com cartão nos ônibus. Portanto, ele indica que ideia é fazer protesto para ter o apoio das pessoas para mostrar que eles podem contribuir no transporte coletivo neste momento.

No entanto, segundo o O Popular, alguns donos de vans passam pelas linhas de ônibus e param nos pontos de embarque e desembarque disponibilizando o transporte. Esses já cobram o valor da passagem do ônibus, hoje R$ 4,30, e outros um valor menor como contribuição.

Teodoro defende que, durante o percurso, é normal que passe nas avenidas dos setores onde estão as linhas de ônibus mas nega e desconhece que alguém fique parado. Ele afirma que os motoristas divulgam apenas para vizinhos e conhecidos e na van explicam a situação esperando que as pessoas possam contribuir. "Tem gente que nos apoia e já ganhei até 10 reais, mas isso foi só uma vez."

O motorista reconhece a pressão das empresas que operam o setor para não dividir os passageiros e acredita que este seja o motivo para a lei não ser colocada em votação. No entanto, ele afirma que só quer trabalhar e aceitaria até mesmo as condições da CMTC de se deslocar para cidades mais distantes e com número de passageiros reduzidos.

Protesto

O projeto de lei do deputado Alysson Lima (Solidariedade) foi o pedido de vistas do líder do governo da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (MDB). O deputado queria um posicionamento técnico do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) sobre o adiantamento da proposta de regulamentação das vans para auxiliar no transporte coletivo.

Portanto, deve ser encaminhado a um ofício para que seja analisada a situação em si. Alysson Lima é a favor do transporte complementar, mas que seja regularizado em linhas alternativas e com microônibus durante a pandemia. "Ao mesmo tempo, serve para mostrar que chegou a hora de discutir a questão do serviço complementar, que não dá mais para ficar só com ônibus."

A promotora Leila Maria de Oliveira, do MP-GO, explicou que transporte executivo não pode ser efetivado via projeto de lei, mas sim por licitação do serviço. Lima afirma que a "carona solidária" é apoiada por lei que é permitida quando ocorre sem fins lucrativos, por amizade ou cortesia. O que são 40 veículos que estão participando, sem qualquer cobrança de valor, para divulgar o movimento.

Lima entende que o movimento é diferente, pois estão explicando a situação dos motoristas, e os passageiros ajudam se quiserem. "Não estão cobrando nada e nem entram nos terminais, porque é proibido."

*Com informações do O Popular

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias