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Advogado diz que foi agredido também dentro de delegacia

Advogado que foi imobilizado na calçada e levou soco de policiais na última quarta-feira, 21, afirmou ter sido agredido também na Central de Flagrantes da Polícia Civil e novamente na triagem, em Goiânia, Goiás.

Orcelio Ferreira Silverio Junior, de 32 anos, disse que sofreu agressão duas vezes após a tortura filmada por pessoas na rua em frente ao camelódromo da capital.

"Fui agredido dentro do pátio da delegacia, já entregue, e dentro da triagem também. Pedi socorro, e uma policial civil que não quis se identificar foi negligente no momento que estava sendo torturado", denunciou o advogado.

Em nota, a Polícia Civil informou que está tomando as devidas medidas para esclarecer o caso e, que se necessário, será encaminhado à Corregedoria para tomar providências.

Segundo o G1, houve a solicitação de uma nota à Polícia Militar (PM) acerca das supostas agressões dentro da delegacia, porém ainda aguarda resposta. Sobre a agressão na calçada, a corporação informou o afastamento do policial envolvido na ocorrência das atividades operacionais. Declarou ainda que a PM não compactua com qualquer tipo de excesso e que o caso está sendo apurado com o rigor necessário.

Pessoas que estavam no local da agressão capturaram a tortura. As imagens mostram quando ele leva é segurado por agentes enquanto leva uma série de socos de um policial militar do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro).

O caso começou quando a PM abordava um flanelinha no estacionamento do camelódromo, em frente ao terminal Praça da Bíblia. De acordo com o boletim de ocorrência, o cuidador de carros estaria ameaçando clientes para pagar pelo estacionamento.

Os agentes afirmaram que precisaram conter o advogado, pois ele desobedeceu a corporação, chutou e mordeu o dedo de um policial.

O pai do advogado, Orcelio Ferreira Silverio, relatou que o filho chegou a desmaiar e voltar dos desmaios por três vezes durante as agressões.

"Ele [PM] pegou meu filho e espancou. Meu filho desmaiou e voltou três vezes. Caído, ele deu seis murros na cara do meu filho", contou Silverio.

Os policiais ainda disseram que foi uma abordagem de rotina, no entanto, não tinham permissão para gravar entrevista.

Relato dos Agentes

A corporação do Giro que fez a abordagem afirma no boletim de ocorrências que havia sido acionada para atender a uma ocorrência em que um morador de rua estava "ameaçando e coagindo" condutores de veículos estacionados na Avenida Anhanguera exigindo que pagassem uma quantia em dinheiro.

Conforme o documento, a corporação foi até o local e identificou o suspeito. Segundo a equipe, no momento desta abordagem, o advogado se aproximou dos agentes com o aparelho celular filmando a ação.

Consta ainda que, ao ser questionado pelo motivo da filmagem, o advogado respondeu estar a trabalho, e não disse sua qualificação, função ou a razão de “estar invadindo o perímetro de segurança da abordagem policial”.

De acordo com a ocorrência, o advogado desacatou os policiais “dizendo que eles não sabiam com quem estavam lidando e que era influente na alta cúpula da polícia”.

Os policiais declararam no documento que o advogado “alterou o tom de voz” e apontou o dedo na cara de um policial, foi quando recebeu voz de prisão por desobediência a autoridade.

O boletim também consta que, em seguida, o advogado “partiu para a agressão física contra um policial e deferindo-lhe um soco no rosto, chutes e ponta pés, além de morder um dos dedos do PM”.

A corporação informou que, mediante esta ação, foi necessário o uso da força para conter o advogado. Segundo os agentes, mesmo algemado, ameaçou verbalmente a corporação usando “palavras de baixo calão”. O policial que teve o dedo mordido passou por exame de corpo de delito, de acordo com a ocorrência.

OAB repudia agressão

A Ordem dos Advogados do Brasil do Estado de Goiás (OAB-GO), repudiou a agressão e disse que "os vídeos que circulam pelas redes sociais mostram uma abordagem policial onde o advogado é covardemente agredido verbal e fisicamente".

Ainda afirma, "a truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar de Goiás".

A Ordem fez um pedido ainda que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) e a Corregedoria da Polícia Militar afastem os policiais e iniciem uma investigação para esclarecer o caso.

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