Goiás entra na era do asfalto padrão “honesto”
Redacão
Publicado em 31 de julho de 2020 às 21:45 | Atualizado há 5 anos
O governador Ronaldo Caiado se reuniu com
técnicos da Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra) no começo da semana
passada bem no meio de uma rodovia. Sob o sol seco e amarelo de 34° C, nas
proximidades de Vicentinópolis, onde estava sendo construída pavimentação que
atenderá a economia de Goiatuba e toda região, ele agachou, colocou o joelho direito
no chão, mediu e falou sobre a qualidade do asfalto. A conversa foi sucinta: “Precisamos
de durabilidade”.
Acostumado a ver a má qualidade do
asfalto feito em Goiás nos últimos 20 anos, que consumiu mais de R$ 15 bilhões
de recursos públicos do povo goiano, o gestor tem fiscalizado e avaliado cada
centímetro das obras iniciadas. “Tudo tem sido feito no padrão de durabilidade
e boa técnica, com o dinheiro sendo aplicado corretamente. Essa é a minha determinação”,
disse para os interlocutores.
O governador tem batido na tecla de que é
preciso uniformizar a qualidade pegando por base o padrão federal do
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), que segue manual
de pavimentação rigoroso, cujo alicerce ideológico é o Instituto de Pesquisas
Rodoviárias (IPR). Resiliência do solo, dimensão das partículas, tudo, enfim,
interessa ao novo asfalto que tem sido aplicado nas rodovias goianas.
Caiado tem orientado cuidado redobrado para
as equipes durante a pandemia. Sabe que as obras não podem parar, mas exige
atenção aos mecanismos de proteção sanitária.
A inauguração da pavimentação de 22,7
quilômetros de rodovias que ligam os municípios de Vicentinópolis a Porteirão
marca definitivamente essa guinada “Dnit”, ao retomar várias obras que estavam
paralisadas ou travadas diante da herança herdada pela gestão anterior.
A despeito da crise, e com a ajuda de
parceria com a iniciativa privada, a obra de Vicentinópolis teve investimentos
de R$ 42,2 milhões. O gestor inaugurou a pavimentação da GO-487, no trecho de
Vicentinópolis ao entroncamento da GO-595. Além da GO-595, no trecho do
entroncamento da GO-487 à Usina Caçu, no pacote, o trecho urbano da GO-487 foi
duplicado e asfaltado.
O diferencial desse asfalto é uma camada
de 7,5 centímetros de massa asfáltica, que, no mínimo, triplica a longevidade
da obra. Quem apalpa, sente uma camada lisa e compacta.
OBRAS
Durante as entrevistas, Caiado pede
comparação das obras atuais e das realizadas no passado. O problema é que pouco
da malha viária construída nos anos anteriores ainda perdura para efeito de
comparação. Até 2018, Goiás liderava, segundo os estudos da Confederação
Nacional dos Transportes (CNT), a lista de piores rodovias do país.
No levantamento de 2017, por exemplo, duas
rodovias de Goiás estavam entre as cinco piores do Brasil, apontam reportagens
da época e o cadastro da CNT.
Diante desta realidade, a Goinfra começou
a suprir as necessidades mais urgentes, já que existe real risco de morte para
os motoristas. Os gestores lançaram um pacote de obras estruturantes e
rodoviárias que abrangem todas as regiões de Goiás.
A ideia é recuperar as condições das
estradas estaduais que cortam o Estado. De acordo com o Governo, os investimentos
chegam a R$ 320 milhões. Serão 600 quilômetros de rodovias pavimentadas, entre
novas vias e trechos recuperados, adianta Pedro Sales, presidente da Goinfra.