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CORONAVÍRUS

Tribunal de Contas de MT investiga se pessoas usaram CPFs de mortos para furar fila de vacinação

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Mato Grosso, está investigando irregularidades na vacinação contra a Covid-19. O Estado é um dos piores no ritmo de vacinação do país, além disso, pode estar envolvido com casos de uso de CPFs inativos. As informações são cruzamentos de dados das diversas bases de vacinação com o Sistema Nacional de Óbitos.

Cerca de 100 nomes apareceram com algum tipo de irregularidade. De acordo com o levantamento, 27 pessoas teriam recebido doses da vacina , depois de já terem morrido. Em março, a Controladoria Geral da União (CGU) constatou cerca de 50 mil nomes com inconsistências.

Um bom exemplo desse caso é o da idosa Elvira Furlan, 84 anos. No ano passado, a mesma foi levada ao médico após se sentir mal. Infelizmente ela não resistiu. No atestado de óbito, a causa relatada foi pneumonia. Entretanto, o sistema de informações do Programa Nacional de Imunizações, mostra que dona Elvira teria recebido a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no dia 4 de março.

“Como que minha mãe ia tomar vacina se faleceu em outubro de 2020? 16 de outubro de 2020. Não existe, não tem como, não é justo. Não tinha vacina, não tinha chegado ainda”, disse a filha da idosa.

Sendo assim, o TCE quer saber se o CPF de pessoas que em tese, fariam parte do grupo prioritário, mas que já estão mortas, foi usado por terceiros para furar a fila.

Ainda sobre o caso

Segundo o presidente do TCE, Guilherme Maluf, o órgão encontrou irregularidades.

“Identificamos 27 suspeitos em 22 municípios e estamos aguardando a defesa desses municípios. Demos 15 dias para que esses municípios se pronunciem sobre esse fato. Talvez não tenha sido um delito, simplesmente uma falha. Pode ser o nome homônimo. Agora obviamente que se constatado que foi feito um delito, nós vamos tomar as medidas necessárias, vamos usar a Justiça, o Ministério Público, todas as ferramentas para responsabilizar essas pessoas que estão burlando a fila”, disse Maluf.

A CGU fez o mesmo cruzamento de informações no mês passado para saber se as vacinas estão sendo aplicadas nas pessoas certas. Porém, foram encontradas inconsistências em cerca de 50 mil nomes.

Sendo assim, a CGU está investigando e afirma que apesar do percentual de inconsistências ser pequeno do total de vacinados do país, o desrespeito à ordem de vacinação dos grupos prioritários, além de grave desvio ético, poderá ocasionar a responsabilização administrativa ou judicial dos envolvidos.

“Vai ter que ser apurado isso aí porque não é justo. Não pode de jeito nenhum. Minha mãe está descansando lá no céu e aqui embaixo estão usando o documento dela. Eu não acho certo não, não é justo”, diz Gicelda, filha de dona Elvira.

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