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Amamentação inteligente

Os benefícios do aleitamento materno sobre a saúde e o desenvolvimento dos recém-nascidos já é bem difundido pela população, como proteção a doenças – diarreia, infecções, alergias, colesterol alto e dentre outros. Mas uma pesquisa brasileira inédita aponta relação entre o tempo de amamentação e inteligência. A conclusão do estudo publicado, ontem, na conceituada revista britânica The Lancet, foi de que um bebê amamentado por pelo menos um ano obteve, aos trinta anos, quatro pontos a mais de QI – quociente de inteligência – e acréscimo de R$ 349 na renda média.

Os efeitos benéficos da amamentação, como o impacto direto na inteligência, são explicados pela presença de ácidos-graxos saturados de cadeia longa no leite materno, essenciais para o desenvolvimento do cérebro.

Pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (RS) registraram as informações de aleitamento materno de 5.914 bebês nascidos na cidade em 1982. Em mais de três décadas, estudou-se o QI, o nível de escolaridade e a renda dos participantes, que a esta altura tinham se tornado 3.493 voluntários aptos. É o primeiro estudo no Brasil a mostrar o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na renda.

Outra questão inédita do estudo é mostrar que, no País, os níveis de amamentação estão distribuídos de forma homogênea entre diferentes classes sociais, não sendo mais frequente entre mulheres com maior renda e escolaridade. O médico e professor Bernardo Lessa Horta, um dos responsáveis pelo estudo, explica que, no passado, pesquisas realizadas em países ricos deixavam dúvida sobre os resultados serem um efeito do aleitamento materno ou da renda.

No entanto, o levantamento feito em Pelotas buscou incluir também subgrupos que foram avaliados levando em consideração algumas variáveis, como renda familiar, escolaridade materna, tabagismo materno e tipo de parto. E, em cada subgrupo, o resultado positivo em bebês que tinham sido amamentados por mais tempo era constatado.

Estudo do Ministério da Saúde realizado em todas as capitais e Distrito Federal, além de outros 239 municípios, e que somou informações de cerca de 118 mil crianças, aponta que o período médio do tempo de aleitamento materno no Brasil cresceu um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008.

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