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Instituto Butantan busca voluntários para testar vacina contra dengue

Beto Silva

Diante da guerra em curso contra a dengue, todos são potenciais soldados. E a prova disso é que o Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e a Faculdade de Medicina da USP, parceiros do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), recrutam 77 voluntários para fechar a segunda fase de testes da vacina contra a doença.

Conforme o Butantan, a vacina é produzida por um vírus atenuado – o próprio vírus é modificado para que o corpo seja capaz de produzir anticorpos, evitando, assim, a doença. A primeira etapa dos estudos do Instituto Butantan foi concluída quando ocorreu a imunização em 173 pessoas. Conforme a USP, o uso da vacina foi um sucesso.

Em nota, o Butantan diz que a descoberta é “potencialmente eficaz” para imunizar o País: “Os resultados de segurança já apresentados indicam que a vacina produzida pelo Instituto Butantan é segura e potencialmente eficaz, protegendo contra os quatro tipos de vírus com apenas uma dose”.

De acordo com o órgão, os voluntários precisam estar em boas condições de saúde e ter entre 18 e 59 anos. Conforme o instituto, mulheres grávidas não podem participar do estudo.

“Nas pesquisas realizadas nos Estados Unidos, os cientistas norte-americanos testaram o produto em mais de 600 pessoas e não foram observados efeitos colaterais importantes”, diz a nota.

O Instituto Butantan já solicitou à (Anvisa) Agência Nacional de Vigilância Sanitária a antecipação da terceira fase de testes clínicos em humanos. Nesta última fase, será ampliada a testagem para várias regiões do País, quando 17 mil voluntários serão testados.

O Instituto Butantan, a partir das pesquisas e testes realizados nos EUA, acredita que a vacina que tem em mãos é segura e potencialmente eficaz. O órgão de saúde entende que a vacina protege contra os quatro tipos de vírus através de uma única dose.

OUTRAS VACINAS

Os testes com a vacina do Instituto Butantan diferem com aqueles que ocorreram em Goiânia em 2013. Liderados pelo laboratório Sanofi Pasteur, médicos e agentes de saúde goianos lideraram os testes com cerca de 4 mil pacientes. Além de Goiânia, Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Vitória participaram dos testes.

Em Goiânia, 800 pessoas foram selecionadas para os testes.  Alguns tomaram placebos e outros utilizaram a vacina. O processo de análise dos voluntários avaliará durante quatro anos a saúde dos envolvidos. Qualquer febre deve ser relatada para a equipe médica da Universidade Federal de Goiás (UFG) – em Goiás, o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina foi a escolhida para chefiar as pesquisas.

Existe nos bastidores uma verdade luta para ver quem chega primeiro na descoberta da vacina. Outras universidades participam de outras sugestões de pesquisa, mas o que mais pesa é a falta de recursos para que implantem os estudos clínicos.

Os interessados em participar da pesquisa do Instituto Butatan podem ligar para os telefones (11) 2661-7214 e (11) 2661-3344 ou enviar um e-mail para [email protected].

Em Goiânia, a nova etapa dos estudos do laboratório Sanofi Pasteur não reabriu vagas para voluntários.

Após pico em março, casos de dengue caem 27% em abril


O Brasil registrou queda de 27% do número de casos de dengue de março para abril deste ano. Segundo o Ministério da Saúde, a redução mostra que o período de maior transmissão da doença passou.

Em 2015, foram confirmados 845,9 mil casos de dengue e 290 mortes pela doença até o dia 9 de maio. Os dados revelam aumento de 155,5% no número de casos e de 25% no de mortes, na comparação com o mesmo período de 2014.

No mês de março, mês considerado pico da transmissão, foram identificados 337,7 mil casos. Em abril, a doença recuou para 246,6 mil notificações. O Ministério da Saúde acredita que a tendência é que haja menos casos com a chegada do inverno, mas alerta que as ações preventivas devem que ser mantidas.

Segundo balanço do Ministério da Saúde, 13 Estados apresentaram redução dos casos na comparação de março com abril. O maior recuo foi registrado no Estado do Amapá (79,3%), que teve 682 casos em março e 141, em abril.

São Paulo diminuiu a transmissão em 51,3%, passando de 192,2 mil casos em março para 93,7 mil em abril. No Maranhão, houve redução de 47,2% e os registros caíram de 2,2 mil para 1,2 mil.

Apesar de queda dos números gerais, em alguns Estados houve aumento de casos de dengue. No Ceará, o número subiu de 7.393 para 12.249, de março para abril. Em Minas, os casos passaram de 28.829 para 39.790 e no Distrito Federal, de 965 para 2.103.

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