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App da Fiocruz monitora animais silvestres em áreas urbanas

RIO — Um aplicativo de monitoramento da saúde de animais silvestres, que pode ser baixado e instalado gratuitamente em sistemas Android e iOS, é a nova ferramenta da Fiocruz para prevenir doenças com possibilidade de atingir humanos. O Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss-Geo), desenvolvido pelo Programa de Biodiversidade e Saúde da fundação — em parceria com o Laboratório Nacional de Computação Científica—, está disponível para o envio de fotos de bichos flagrados pela cidade. O autor da imagem pode incluir informações adicionais sobre a localização, problemas de saúde e comportamentos atípicos que tenha observado.

Márcia Chame, coordenadora do programa da Fiocruz, diz que o aplicativo vai oferecer dados confiáveis para setores responsáveis por esse trabalho de monitoramento e também para especialistas.

— Um dos principais objetivos é consolidar informações sobre a saúde da fauna silvestre no Brasil e suas relações com a saúde humana. As mudanças ambientais geram impactos sobre a biodiversidade, com repercussão importante para a saúde. Monitorar os agentes patogênicos que circulam na natureza, antes que atinjam as pessoas, é um desfio para países com as dimensões continentais do Brasil — explica Márcia.

A coordenadora afirma que um sistema de modelagem matemática vai estabelecer relação entre a distância e a frequência dos registros com as anormalidades informadas, o tipo de animal envolvido e outros dados para o desenvolvimento de alertas.

— Esse é um sistema de informação de saúde silvestre que utiliza a ciência cidadã. Qualquer pessoa pode participar. Nas regiões do interior onde a telefonia e internet não estão disponível, o agricultor poderá fazer a foto, salvá-la e enviar a imagem posteriormente, quando tiver acesso à rede — diz Márcia, acrescentando. — O usuário do aplicativo contribui ao informar o nome do animal, se está vivo ou morto, se apresentava um comportamento estranho ou ainda se estava próximo de uma área de queimada, rio ou expansão imobiliária.

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O aplicativo está disponível desde março do ano passado para smartphones e tablets — em sistema Android funciona plenamente, e em iOS a fase é de teste. A etapa intelectual do projeto levou quatro anos, e o desenvolvimento do aplicativo, cerca de um ano.

Desde o início do funcionamento do App, foram enviados por colaboradores registros do Rio, do Pará e de Minas Gerais. No município do Rio, as fotos encaminhadas eram de saguis, macacos-prego e quatis. No entanto, conforme Márcia, na cidade também é observada a presença de outros animais silvestres como a capivara e o jacaré.

Em maio deste ano, o Siss-Geo foi um dos três finalistas do Prêmio Nacional de Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente. Cerca de 900 trabalhos de todo Brasil concorreram à premiação.

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