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Rede colaborativa quer ampliar pesquisa do câncer de mama

A Unicamp assinou termo de cooperação com a faculdade Baylor College of Medicine (BCM), do Texas-EUA, que vai possibilitar avanços nas pesquisas do câncer de mama no Brasil. O documento que formalizou a acordo de trabalho conjunto foi assinado durante o encontro Meeting of Minds– Exploring Breast Cancer Research in Brazil, realizado no Hospital da Mulher “Prof. Dr. José A. Pinotti” – Caism. O hospital será o polo agregador das pesquisas no país, integrando uma rede colaborativa com outros parceiros internacionais.

“Sabe-se muito pouco sobre o câncer de mama no Brasil, sobre como nossa população reage ao câncer de mama. Temos uma etnia bastante variada e não se sabe exatamente como isso se comporta”, disse a oncologista clínica do Caism Susana Ramalho, uma das organizadoras do evento. A partir da assinatura, o Caism ganhará mais visibilidade e, com a chancela da BCM, a possibilidade maior de submeter pesquisas à instituições estrangeiras financiadoras.

De acordo com a oncologista, conhecer a genética da doença no Brasil é um desafio que precisa de muita organização e financiamento, assuntos discutidos no encontro. “Fizemos um panorama de planos e projetos e a ideia é ficarmos mais colaborativos com a orientação de estruturas muito fortes como a Baylor e instituições que sabem como procurar financiamento, como fazer um projeto, como a Susan G. Komen Foundation”. Esta fundação, criada por uma sobrevivente da doença, apoia e financia ações em várias partes do mundo.

Além da pesquisa, a parceria abre portas para intercâmbio de docentes, pesquisadores e alunos de graduação, de pós-graduação e de pós-doutorado. Estão previstas publicações conjuntas de dados científicos e reconhecimento mútuo dos cursos realizados. “Os pesquisadores do Caism poderão encontrar mentores de pesquisa lá fora”. Dois deles, incluindo a própria Susana, já foram orientados pelo professor da BCM Mattew Ellis, um dos maiores especialistas de câncer de mama nos Estados Unidos.

Ellis afirmou que o Brasil é exemplo de um país com enorme capacidade para melhorar os sistemas de saúde pública em condições de baixo financiamento. “Acredito que usando princípios científicos podemos melhorar os resultados dos sistemas de saúde pública sem gastar mais dinheiro. A questão é buscar organização e realmente abraçar a ideia que podemos ir além no uso da genética como uma ferramenta de saúde pública. Muitas coisas podem ser feitas nos próximos dez anos e eu acredito que faremos uma grande diferença globalmente”.

A necessidade de colaboração em pesquisas do câncer de mama aumentou conforme o conhecimento em relação à doença foi sendo ampliado, afirma a oncologista Susana Ramalho. “O câncer de mama não é uma doença só do patologista, do biólogo, do oncologista, do cirurgião ou mesmo do químico. Sempre houve a necessidade de cooperação entre muitas áreas, porém a partir das descobertas científicas essa necessidade ficou bastante aparente”.

ACORDO

O acordo de cooperação foi assinado pela pró-reitora de Pesquisa Gláucia Pastori representando o reitor José Tadeu Jorge e pelo pesquisador Mattew Ellis.

Segundo o docente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Cássio Cardoso Filho, devem ocorrer mais de 50 mil casos novos dessa doença por ano somente no Brasil. ”Por isso é importante nos unirmos em torno dessa problemática, estudando profundamente todas as ações que servirão para nortear as condutas daqui para frente, baseadas sempre em um consenso”, afirma ele.

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