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Senadores: pressão internacional ajudará Venezuela a ter eleição livre

BRASÍLIA - Integrantes da comissão de senadores brasileiros liderada pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), acreditam que a visita aos ativistas presos e encontro com líderes da oposição na Venezuela, nesta quinta-feira, vai ser positiva no sentido de aumentar a pressão internacional pela definição da data das eleições parlamentares previstas na Constituição para esse ano, além da libertação dos opositores pelo governo de Nicolás Maduro. Os senadores embarcam as 6h15m na base aérea de Brasília rumo a Caracas, em uma aeronave da FAB, e depois de uma agenda política pesada, retornam ao Brasil no fim da noite.

A ida dos senadores brasileiros precede uma visita de parlamentares europeus em julho, com o mesmo objetivo: apelo a libertação aos presos políticos Leopoldo López, que se encontra em greve de fome há 24 dias; Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas e Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal.

— A pressão de lideranças democráticas de várias partes do Mundo vai ajudar a realização de eleições com acompanhamento de observadores internacionais. Lideranças dos continentes estão se manifestando e não temos uma palavra de solidariedade da presidente Dilma, uma ex-presa política. A presidente deve se lembrar de como as manifestações democráticas contra a ditadura no Brasil funcionavam para ela um bálsamo, uma brisa de esperança, quando enfrentava a tortura do cárcere. Agora não esboça um pingo de solidariedade porque não manda em suas ideias — disse Aécio Neves.

Mesmo não tendo autorização do governo de Maduro para se encontrar com os presos, os senadores vão ao presídio de Ramo Verde, onde está preso Leopoldo López. Eles serão recepcionados no aeroporto de Caracas por Lilian Tintori, mulher de López; Mitzy Capriles, mulher de Ledezma; Patricia de Ceballos, mulher de Ceballos; e María Corina Machado, ex-deputada cassada.

O primeiro evento é em Ramo Verde. Vão também tentar visitar Daniel Ceballos. Em seguida vão para a residência de Ledezma, onde ele cumpre prisão domiciliar desde que teve de ser submetido a uma cirurgia de emergência. Há possibilidade de um encontro, ainda não confirmado, com Henrique Capriles, que perdeu por 1,5 ponto percentual dos votos para Maduro nas últimas eleições.

— A pressão internacional sempre funciona na defesa do respeito aos direitos humanos. Os olhos do Mundo estarão atentos para a liberação dos opositores presos, porque eleição livre pressupõe que o adversário não esteja preso — disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que também integra a comitiva, a crise venezuelana exige uma reação do governo brasileiro, tendo em vista os princípios democráticos defendidos pelo Mercosul.

— O Brasil deve se oferecer como mediador, mas não pode continuar se acovardando diante das violações que estamos observando na Venezuela — defendeu Ferraço.

Além de Ferraço, Aécioe Aloysio, integram a comissão oficial do Senado o presidente do Democratas, José Agripino Maia (RN), o líder Ronaldo Caiado (GO) e o senador Antônio Medeiros (PPS-MT).

A autorização para o pouso da aeronave militar da FAB em Caracas só veio no fim da terça-feira, depois de intensa negociação do ministro da Defesa, Jaques Wagner. A situação caminhava para um impasse diplomática e a atuação do ministro brasileiro foi elogiada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelos senadores Aécio e Aloysio Nunes.

Segundo Wagner, sua maior preocupação era garantir a segurança dos senadores e evitar qualquer incidente diplomático.

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