Cotidiano

Reunião sobre Ebserh acaba em tumulto na Unirio

Diário da Manhã

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 01:45 | Atualizado há 9 anos

RIO— Uma sessão do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) acabou em confusão nesta sexta-feira no Hospital Universitário Gafreé Guinle. Uma aluna tomou o microfone do reitor Luiz Pedro Gentil Jutuca, que tentava iniciar a sessão para discutir sobre a adesão da universidade à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A partir daí a confusão foi generalizada. Estudantes se queixaram de um professor que também teria agredido alunos.

O Hospital Gafreé Guinle vive um momento de crise no qual, de acordo com o diretor da instituição, Fernando Ferry, a dívida da instituição chega a R$12 milhões. O orçamento necessário para manter as atividades do Gafreé Guinle é de R$37 milhões, neste ano, o hospital havia recebido inicialmente R$25,8 milhões. Mas, segundo o diretor, nesta sexta o Governo Federal liberou recursos na ordem de R$5,2 milhões, que serão utilizados para pagar parte da dívida com fornecedores.

— Há três anos tentamos fazer a votação e não conseguimos. Talvez eu peça ao reitor que assine a ebserh, há três anos ele não faz isso porque respeita a decisão da comunidade, mas estamos chegando num ponto que está insustentável. Essa indefinição faz com que o Mec diga ‘você não assinou, tenho 54 que assinaram e preciso tomar conta. A autonomia universitária diz que você não precisa aderir à empresa, então a universidade que assuma o hospital’— afirmou Ferry.

Aluna do 6º período do curso de Medicina, Isabella Segatto, que protestou hoje durante a reunião do Consuni, se posicionou contra a adesão à Ebserh por considerar que a Empresa poderia prejudicar a formação dos alunos. Na opinião dela, o sucateamento do hospital é uma maneira de pressionar a Unirio a aderir ao novo sistema de gestão.

— Se aceitarem vai ser algo muito às cegas. Por exemplo, pode entrar um plano de saúde aqui e dizer ‘você tem 20 minutos para atender os pacientes’. Aqui é um hospital escola, se a pessoa chegar com uma dor de cabeça a gente vai apalpar o fígado dela, ver o pé. Isso demora uma hora, uma hora e meia. A gente está aqui para aprender e não para passar paciente como se fosse em uma esteira. A gente não sabe se iremos perder autonomia — disse Isabella.

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