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Morte de David Bowie abre lacuna na música moderna

O cantor e ator britânico David Bowie, 69, não superou a pressão de um câncer e morreu na madrugada de domingo, 11.
Sua morte chama atenção para um repertório descomunal ao longo da carreira e uma repentina reação artística do cantor, que lançou neste ano um disco considerado exuberante pela crítica, “Blackstar”.
O disco foi lançado na última-sexta-feira, data também de seu aniversário. Na Inglaterra, a perda é sentida por adeptos de rock e até mesmo políticos. David Cameron, primeiro-ministro britânico, escreveu no Twitter: “Eu cresci ouvindo e assistindo ao gênio pop David Bowie. Ele era um mestre da reinvenção. É uma enorme perda.”
A carreira de Bowie é uma das mais ricas da indústria pop, com ousadas incursões em diversos segmentos. Ele se aventurou no rock pós-Beatles, no glam, art rock, no pop e na música eletrônica.
Sua fama como compositor pop teve o primeiro grande pico com a música “Space Odity”, em seu período mais glam, com letras ficcionais, sobre a vida fora da terra. “Estou sentado numa lata/ Bem acima do mundo A Terra é azul e não há nada que eu possa fazer”, diz o cantor numa letra que fala de uma observação da terra “bem acima da lua”.

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É um pouco depois desta época que ele cria Ziggy Stardust, um personagem andrógino que o caracterizaria por anos.
Ziggy canta o hit "Starman", considerada uma das principais canções da década de 1970.

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Um das características de Bowie sempre foi a capacidade de tramar parcerias com grandes músicos da atualidade. Foi assim com John Lennon e Queen, com quem escreveu a música “Under Pressure”, um dos maiores hits da década de 1980.
A canção, de fato, marca a década, sendo lançada em 1981 e abrindo um cenário para o rock e hard rock internacional.
Na gravação, David Bowie é quem faz os estalos dos dedos, canta e também toca o teclado. A letra é também em parte do camaleão do rock: “Pressão, me derrubando com um empurrão/ Derrubando você nenhuma pessoa pede isso/ Sob pressão - que incendeia um edifício inteiro/ Divide uma família em duas/ Coloca pessoas nas ruas/ Tudo bem!”.

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A década de 1980 foi dominada pelo cantor, que lançou vários hits, como “Lets Dance”. Este disco, inclusive, dá uma guinada no rock internacional para o eletrônico, em que Bowie chegou a radicalizar. A faixa foi um dos hits mais tocados no mundo em 1983 e 1984, tendo como guitarrista solo o virtuose do blues Steve Ray Vaughan.

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A característica essencial do cantor foi sempre a vontade de inovar e não se repetir. Aliado a isso, suas letras despertaram movimentos como college rock, indie e new glam.
Sob o ponto de vista político, Bowie é influente no auxílio dos movimentos civis e em defesa dos direitos humanos.

A morte de Bowie significa que o universo da música tem aberta agora uma vaga praticamente insubstituível: do artista que experimenta, mas também que se comunica com as massas, por meio de hits. Não bastasse, Bowie integra o panteão da art rock, onde se inserem aqueles que tentaram fazer do rock suporte para ideias mais elaboradas e que possam preencher as angústias humanas.

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