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Menino morto por bala perdida é enterrado e moradores voltam a protestar

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Familiares e amigos enterram, no Cemitério de Irajá, o corpo do menino Ryan Gabriel, de 4 anos, morto por bala perdida durante confronto entre traficantes (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Ao som de aplausos e gritos por justiça, o menino Ryan Gabriel foi enterrado no Cemitério de Irajá Fernando Frazão/Agência Brasil

Ao som de aplausos e gritos por justiça, foi enterrado, às 16h desta terça-feira (29), o corpo do menino Ryan Gabriel, de 4 anos, morto na segunda-feira (28) após ter sido baleado no peito, no domingo de Páscoa (27), no Morro do Cajueiro, durante troca de tiros entre traficantes. Os moradores da comunidade, que já haviam feito um protesto ontem, quando queimaram dois ônibus e depredaram duas estações do BRT (Transporte Rápido por Ônibus), voltaram a se manifestar, provocando a interdição da principal avenida que corta a região.

Durante o sepultamento, no Cemitério de Irajá, na zona norte, o avô do garoto, Milton do Amparo, lamentou a violência na cidade. “Que não aconteça mais isso. Que não tenha mais bala perdida. É horrível, algo que ninguém espera. Precisamos de mais segurança na cidade, dando mais valor ao ser humano. Para falar a verdade, eu nem consigo mais dormir na cama, porque ele só dormia comigo. Agora estou dormindo no chão”, desabafou Milton, enquanto acompanhava o cortejo do neto.

A mãe do garoto, Tayane Pereira da Silva, de 20 anos, estava inconsolável, precisando ser amparada em vários momentos. “Eu não mereço. Meu filho não. O meu coração está um buraco, está um vazio. Enfiaram uma faca em meu coração”, bradava ela, à beira da sepultura do menino, que, por ordem da mãe, teve o caixãozinho branco aberto pela última vez.

Na volta para casa, os moradores do Morro do Cajueiro fizeram outra manifestação, na Avenida Edgar Romero, em Madureira, o que provocou a interdição do trânsito e o fechamento do comércio local. Grupos mais exaltados foram dispersados pela polícia militar com o uso de gás de pimenta.

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