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Os “sem focos” serão descartados

Os agropecuaristas que não estiveram focados nos índices de produtividade, redução de custos, estratégias de comercialização, melhoramento genético, entre outros fatores correlatos, serão sacados da produção e do mercado. Este foi o duro recado dado, ontem, pelo Encontro da Pecuária Eficiente, pelo conferencista Maurício Palma Nogueira, da Agroconsult de São Paulo, aos produtores presentes no Oliveira’s Place. O evento tem o patrocínio da Phibro Saúde Animal.

Hoje (20) começa, com término amanhã, o maior evento da pecuária intensiva da América Latina (Conferência Internacional de Pecuaristas – Interconf) em Goiânia, que dá continuidade ao Encontro da Pecuária Eficiente.

Neste ano, proporá um olhar sobre as necessidades e desejos do consumidor atual por carne.

O ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, participa da abertura oficial do Interconf 2016, onde deve falar sobre a importância do setor para o País e as mudanças que estão sendo implementadas no Ministério. Novacki embarca em Brasília às 7 horas, acompanhado dos senadores goianos Ronaldo Caiado e Wilder Morais, além de vários deputados federais da bancada goiana. Após a solenidade de abertura, prevista para iniciar às 8 horas, o ministro interino da Agricultura falará com a imprensa.

Atualizados avançam

Como na seleção natural, para Maurício Nogueira permanecem na atividade pecuária os que se atualizam. Entre os exemplos, enumerou os intensificam os pastos, adotam confinamentos, estratégias de mercado, nutrição, melhoramento genético, sistemas lavoura, pecuária e florestas. Num grupo de ponta, ele acha que se encontram 50 mil produtores. Na linha intermediária, eles são em torno de 250 mil. O número estimado de pecuaristas no Brasil alcança a casa de 1,4 milhão. Os candidatos à exclusão têm foco apenas no bezerro ou no leite. “Tiram leite até de gado de corte”, ironiza Nogueira.

Em sua opinião, as mudanças estão ocorrendo muito rápido e os produtores de maneira geral precisam acompanhar a evolução. O combate à ociosidade merece sua atenção, porque deve-se partir do princípio que a terra é o seu maior patrimônio. Não pode se perder de vista a infraestrutura, mecanização, pastagem, forragem com fertilidade, manejo, colheita, plano para seca e aumento de lactação nos casos das matrizes leiteiras. Nogueira chamou advertiu também para a genética do rebanho, sanidade animal, nutrição, peso de carcaça e velocidade, força de trabalho e sempre atento aos custos fixo se indiretos.

Para ele, a meta é “buscar o máximo de produtividade para cada caso ativo disponível”. Reduzir ao máximo o tempo para o abate, capacidade máxima de produção por área, e  maior eficiência na reprodução das matrizes.

Experiência norte-americana


O sistema intensivo de cria em confinamento nos Estados Unidos foi apresentado, ontem, por James C. Mac Donald, da cadeira de Nutrição de Ruminantes da Universidade de Nebraska, durante o Encontro da Pecuária Eficiente, teceu considerações sobre experiências de nutrição em bovinos em períodos de seca em Estados americanos. Professor estadunidense contou que cresceu em fazenda, demonstrando que conhece o lado prático e o acadêmico.

Em sua visão, é importante conhecer os sistemas diferentes de produção para se ter uma idéia do que é melhor para cada criador. Ele dá, no entanto, importância às forragens, sobretudo para os animais em regime de confinamento. “Não é só à base de grãos o alimento do rebanho, mas também de forragens”, disse, mostrando imagens em sua palestra às quinhentas pessoas presentes. Mac Donald exemplificou cerca de 140 toneladas de ração total, das quais 80% de forragem.

Chamou atenção para a diferença de preços nos últimos dez anos, com ênfase para o milho, que influenciaram nos custos operacionais dos rebanhos nos Estados Unidos. A conversão de pastos em agricultura sofreu expansão inédita em estados produtores como Nebraska e Kansas. O episódio resultou nas grandes vendas de matrizes e as pastagens foram reduzidas praticamente a zero.

“Com esta atitude os Estados Unidos perderam os seus investimentos em matrizes de alto nível, um trabalho de muitos anos de apuro”, lamentou Donald. Entre 2006 e 2015 os criadores ficaram sem 30 milhões de cabeças. Agora, como manter as melhores matrizes?”interrogou. E adiantou que os custos dos pastos aumentaram substancialmente. A grave crise provocada pela demanda do milho levou os criadores americanos a considerarem mais os custos das fazendas.

A saída foi o melhor aproveitamento dos resíduos após a colheita. Segundo seu relato, os animais passaram a se alimentar dos resíduos, a palhada deixada no campo, espigas e folhas. A experiência correspondeu e os animais aumentaram de peso, as matrizes produziram leite dentro das expectativas e os bezerros não sentiram maiores diferenças nos confinamentos. Foi verificada ainda a saúde desses animais. Se a partir do milho, os produtores obtiveram etanol, os resíduos serviram para silagem, inclusive para os bezerros, após o período da desmama.

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