As escolas mais caras de Goiânia
Diário da Manhã
Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 01:56 | Atualizado há 5 mesesO final do ano chega com notícias nem sempre agradáveis para os pais que se desdobram na hora de pagar as escolas dos filhos: o aumento das mensalidades. Reduzir o valor é algo raro. O costume é que ocorra um aumento muitas vezes acima dos índices da economia do País, sob o pretexto de que a escola tem um desempenho melhor nos exames nacionais ou que tenha realizado algum investimento que compensa o sacrifício.
O Procon Goiás divulgou lista com as escolas mais caras da Capital sem grande diferença em levantamentos anteriores. No topo, as conhecidas Interamérica e Olimpo, que, por vezes, se reveza com o tradicional WR. A Interamérica costuma figurar dentre as que são as mais caras: oferece o tempo integral como alternativa, mas os valores apresentados pelo Procon tratam do curso normal de um turno. Colégio Jaó, que se apresenta bem avaliado em parâmetros nacionais de ensino, é outro que segue na lista, com valores acima de mil reais. Na verdade, nenhuma das dez escolas mais caras da Capital tem mensalidades abaixo dos R$ 1 mil – valor suficiente para pagar cursos em faculdades de engenharia e direito, onde os alunos terão aulas com doutores – a graduação exigida aos professores em seu mais alto grau de competência.
No ensino médio, Olimpo é o líder em custos – e um dos motivos seria o desempenho da escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Está na frente do WR e distante do Jaó e Visão, que figuram também na lista dos mais caros.
A lista revela um senso comum: as melhores costumam ser as mais caras. Mas nem sempre. “Muitas vezes, a melhor escola apresenta um custo-benefício bem mais em conta. Existe uma grande quantidade de alunos nestas escolas mais caras e o ensino não é de qualidade por conta da equação número de alunos/professor”, diz Ana Maria de Almeida, pedagoga e mestre em Educação.
Para ela, os pais devem escolher as escolas por conta de sua própria avaliação, que deve levar em conta uma visita e muitas entrevistas com pais: “A primeira regra para escolher a escola é observar se ela tem algo que seu filho se identifica. Não adianta colocar a criança em uma escola evangélica se a criança não tem este foco”, diz.
Outra regra, diz Ana Almeida, é observar até que ponto a escola é aceita pelos pais. “Uma sugestão é procurar dois ou três pais e pedir opinião. Eles sabem os defeitos. Ou ao menos desconfiam”.
Ana reforça a ideia de que preço não significa boa educação. “Estas escolas caras muitas vezes apresentam bons alunos de origem. Conheço uma aluna destas escolas que foram consideradas caras que é exímia pianista. E garanto que ela não aprendeu a tocar piano na escola. Outra adolescente é excelente em matemática. Estas escolas tratam as crianças em um nivelamento médio. Quem se destaca tem qualidades internas”, diz.
Mais caras brilharam no Enem
Apesar de Olimpo e WR apresentarem as melhores notas no Enem, com 794,03 e 688,20 pontos, em 2015, as escolas que figuram na terceira e quarta colocação apresentam valores mais em conta do que Visão, a escola que indica o terceiro valor mais caro da lista do Procon.
Colégio Protagoras (Bueno), com 671,92, e Colégio Jaó, que registrou 660,96 pontos, figuram com valores mais baratos. Protagoras, por exemplo, é cerca de R$ 500 mais em conta do que o Visão e aparece em melhor colocação no Enem, conforme as notas divulgadas em outubro.
Outra surpresa é o Simbios, que está nas listas dos melhores em desempenho no Enem, mas que sequer figura na lista das escolas mais caras.
Como se percebe, é preciso avaliar bem antes de fechar com uma unidade. Muitas vezes a mais barata apresenta melhor desempenho daquela que tem mensalidades na estratosfera.