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Goiás lidera conferência nacional da classe trabalhadora

Ailma Maria, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Seção de Goiás, e Eugênio Franciso, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Goiânia, falam sobre os desafios de atuação e planos para 2017.

Como está o desempenho das centrais sindicais e sindicatos no Brasil?

Eugênio Francisco: “Está faltando mais união, mais ação. A classe trabalhadora está acomodada. Mas nós de Goiás estamos nos mobilizando e tomaremos a frente de um movimento que deverá ter um alcance nacional. Há uma revolta nacional nos movimentos classistas que não vãoo aceitar o corte de direitos da classe trabalhadora. Os trabalhadores estão sendo punidos, mas näo há razäo para isso. Chegou a hora dos sindicatos saírem das quatro paredes e irem para as ruas. O que está acontecendo no Brasil é um retorcesso, e não uma evolucão. Direitos foram cortados e não aceitaremos tal fato. Iremos reagir”.

O que achou dos movimentos de rua que aconteceram em 2016, chamados de movimentos verde-amarelo?

Eugênio Francisco: “Eles foram partidários. Não havia uma meta, e não aconteceu nada: o Brasil está na mesma situação, do mesmo jeito, e parou”.

Houve avancos políticos ou econömicos em 2016?

Ailma Maria: “A política macro-economica precisa ser alterada. A grande indústria que vivia fazendo as críticas ao governo Dilma, percebe que a situação piorou. Houve aumento da resseção, aumento do desemprego e a perspectiva é de reducao cada vez mais dos direitos dos trabahadores, como a reforma da previdência e destruião da CLT. Esses danos são inconmensuráveis para o país. A PEC 55, também chamada `PEC da Morte`, é na verdade um retrocesso secular. Näo há prespectiva do aumento do emprego e renda.Havia uma negociação em andamento sobre o aumento do salário mínimo no governo Dilma que foi totalmente ignorado pelo governo Michel Temer. Então não há outra saída senão avançar. O que estamos fazendo, enquanto entidades sindicais, é chamar a atenção para a necessidade da unidade de ação da classe trabalhadora, visando impedir esse retrocesso”.

Goiás poderá ser o berco de uma acäo sindical de abrangëncia nacional?

Eugênio Francisco: “Nós estamos dando um pontapé inicial em Goiás e a intenção é que vire uma epidemia nacional”.

O que está sendo feito para que Goiás contamine o Brasila nível de movimentos sindicais?

Ailma Maria: “A proximidade do Estado de Goiás com Brasília nos exige grande responsabilidade. Goiás é sempre chamado para grandes manifestações nacionais, por causa de sua posição estratégica. O centro de decisões políticas é Brasília, então a responsabilidade de Goiás é estar lá. No Congresso Nacional em Brasília nós temos que marcar presença. Apenas a unidade de ação trará resultados. A meta é a defesa da Justiça do Trabalho e da legislação trabalhista, que não pode ser mexida”.

A esquerda brasileira está enfraquecida?

Ailma Maria: “O objetivo é destruir a esquerda brasleira. Em 2016 houve um grande investida midiátia patrocinada pelo imperialismo para destriuir uma perspectiva de avanços sociais. No início de 2015 o Brasil havia se despontado como uma grande potência na América Latina, preservando o direito das classes mais pobres. Então, a administração popular que vinha avançando tinha que ser destruída para que a classe dominante brasileira retornasse ao poder. A intenção é a destruição dos partidos de esquerda e da classe trabalhadora, de toda uma população que jamais havia sido valorizada e que agora estava sendo lembranda e não tinha que abaixar a cabeça para os donos dos setores produtivos desse país. Então, teremos que resgatar a consciênia de classe, conscientizar as pessoas para que elas não sejam envovidas pela midia, porque há ainda vários trabalhadores fazendo o jogo dos grandes setores do capital. Destroi-se primeiramente a esperança, e em seguida o sindicalismo, o cooperativismo e a solidariedade.É por isso que o movimento sindical tem que se reinventar: para se posicionar contra tudo isso, criando novas perspectivas para o trabalhador. O investimento será na formação e na consciência do trabalhador, para que eles possam retomar a luta coletiva. Resgatar os partidos políticos é importante, mas mais importante é resgatar essa consciência de classe: pertencemos à classe trabalhadora e não podemos aceitar os desmandos do Capital”.

Na prática, o que pretendem fazer as centrais sindicais?

Eugênio Francisco: “Mostrar ao trabalhador qual é a realidade que estamos vivendo, os retrocessos e as perdas trabalhistas”.

Ailma Maria: “É importante que as centrais sindicas possam se dar as mãos. Precisamos pensar num projeto maior e unificado.Vamos chamar uma conferência nacional da classe trabalhadora, uma nova conclat, começando por reunir o maior número de entidades sindicais possível, em todos os Estados, fazendo com que as pessoas voltem para suas organizações em seus locais de trabalho, para poder inclusive ganhar parceiros. Por causa do grande número de desempregados, deveremos ter um cuidado e zelo com este tabalhador que passa por um momento difícil.Outro ponto é a retirada dos recursos da saúde e da educação. Portanto, a dificuldade pessa primcipalmente para o trabalhador que está na ponta. Não será um trabalho fácil, mas é possível, porque ainda nos restamas instituições classistas. É preciso lutar e acreditar nelas”.

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