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Jardim Botânico terá Estação Alfredo Nasser

A parceria entre a iniciativa privada e o poder público é a base das grandes nações. São raros os países com desempenho educacional excepcional, por exemplo, sem que a iniciativa privada tenha uma missão pública.

As bibliotecas e universidades americanas de destaque são exemplos. Em Goiás, as aproximações são raras. E quase sempre tímidas. Após a iniciativa do empresário e professor Alcides Ribeiro, proprietário da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), a Prefeitura de Goiânia resolveu abraçar a campanha dos professores e estudantes em torno do principal pulmão de Goiânia: o Jardim Botânico Amália Hermano – localizado na divisa entre o Setor Pedro Ludovico, Vila Redenção, Bairro Santo Antônio e Jardim das Esmeraldas, na Região Sul.

Antes abandonado e zona livre para a prática de crimes, este parque de um milhão de metros quadrados terá uma destinação ambiental e pedagógica daqui para frente. Na verdade, já vem tendo. Em entrevista ao Diário da Manhã, Alcides diz que a ideia de preservação do parque surge devido principalmente a proximidade da faculdade. Mas ele reitera que sempre teve uma consciência ambiental. “Já sugeri para outros políticos projetos, mas alguns deram as costas. O prefeito Iris Rezende foi receptivo”.

Alcides pretende criar no parque público a Estação Alfredo Nasser. No local, uma combinação de flora brasileira será usada para a realização de pesquisas e estudos – e, claro, embelezamento ambiental.

A ideia de construção de um arboreto teve início na própria faculdade, com os alunos e a iniciativa do professor Alcides. O biólogo e ex-gestor público ambiental Osmar Pires, que assessora a faculdade nos projetos ecológicos para o parque, acredita que a iniciativa vai colocar o Jardim Botânico dentre os mais importantes e respeitados do país. “Estas coleções de plantas vivas representativas da flora terão um impacto na formação dos estudantes”.

Já existe um Termo de Cooperação Técnica entre o município e a faculdade desde 2015. Na última quinta-feira, o prefeito Iris Rezende visitou a Unifan e assumiu o compromisso de centrar esforços no Jardim Botânico.

Uma das medidas requisitadas pela faculdade é o cercamento do parque, para, assim, garantir mais segurança aos que visitam o jardim.

Alcides diz que o museu vivo com coleções científicas representativas vai aguçar ainda mais a produção de pesquisadores e estudantes. Não bastasse, também solidificará o nome de Alfredo Nasser perante a opinião pública. Nasser–diz Alcides–foi um dos políticos mais “probos e honestos” da história do país. “É um homem público que merece todo respeito e homenagem”.

Nos dois últimos anos a Unifan tem realizado várias ações dentro do parque, caso da doação de materiais para a reforma do telhado e do deck, doação de mudas e mão de obra para realização de reformas no espaço verde, dentre outras ações.

A faculdade ainda incentivou a criação de um boletim informativo do parque e patrocina a realização de eventos, como concurso de redação e eventos culturais. Alcides diz que deseja incentivar uma ocupação “do bem” no parque, voltada para conscientização dos moradores da capital e que seja exemplo para outras parcerias entre poder público e a iniciativa privada.

CRONOGRAMA

A cooperação técnica entre a faculdade e prefeitura, diz Osmar Pires, terá um cronograma de ações. Os recursos para intervenções e obras dependerão da disposição financeira do proprietário da Unifan, que pretende realizar aportes constantes e periódicos nas obras especificadas.

Alcides diz que todas as ações serão planejadas tendo em vista a importância histórica e a qualidade ambiental do parque. A ideia é não desrespeitar nenhum tópico da legislação ambiental nem causar qualquer espécie de dano. Por isso a proposta da estação foi adequada ao plano de urbanização original, que estabelece espaços de preservação das formações da vegetação existentes.

Alcides e Osmar informam que esta proposta de investimento nestes espaços verdes datam desde a criação da capital. A reorientação do parque para cumprir sua função é necessária tendo em vista a manutenção da identidade original de uma “cidade sustentável”.

Para Alcides, o Jardim Botânico é o que temos de melhor para combater as “ilhas de calor” cada vez mais comuns em Goiânia. O empresário cita as nascentes que estão no parque e a importância delas para a manutenção dos santuários ecológicos da capital–trechos verdes cada vez mais raros, diga-se de passagem.

Na quinta-feira, durante o Dia Mundial da Água, Alcides e Iris decidiram firmar projetos para o embelezamento do parque, mas também a manutenção dos mananciais que por ali passam. Quem ganha é a cidade, que poderá respirar melhor diante da enorme paleta de árvores naquela região.

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