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Acidente do césio-137 completa 30 anos

Nesta quarta-feira (13/9), o acidente do césio-137 completa 30 anos. Em 1987, uma peça de chumbo e metal contendo uma cápsula de césio no interior foi retirada do antigo Instituto de Radiologia por um dos catadores que a levou para casa, no Centro da cidade. Dias mais tarde, Devair Ferreira comprou a peça do catador e a levou para casa onde morava Leide das Neves Ferreira, na época com seis anos, uma das quatro pessoas que morreram em decorrência do material radioativo e símbolo da tragédia.

A cápsula pesava 19 gramas apenas, mas suficiente para contaminar 49 pessoas ao todo, de acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Destas 14 pessoas foram transferidas de Goiânia para o Rio de Janeiro, para serem descontaminadas. Não só pessoas como também objetos foram contaminados, eles somam 6 mil toneladas compostas por roupas, fotografias, móveis e objetos pessoais. Todos esses objetos foram encaminhados para o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste (CRCN-CO), localizado no Parque Estadual Telma Otergal. Os números da tragédia tornaram o acidente nuclear o pior em área urbana da história mundial.

As quatros pessoas que morreram decorrência da contaminação foram enterradas em caixões de fibra de vidro, revestido de chumbo e estes caixões foram cobertos com cimento cimento. As casas nas quais a cápsula esteve foram esvaziadas e concretadas e outras anda ficaram a estrutura e vigas. Devido à gravidade da tragédia, 650 pessoas recebem pensão, elas são divididas em grupos de acordo com o grau de exposição, desses 130 vítimas recebem pensão do Estado e da União.

Partes dos pensionistas são civis e servidores públicos, policiais e bombeiros que socorreram as vítimas. O socorro às vitimas aconteceu somente no dia 29 de setembro daquele ano, quando a Vigilância Sanitária e a Secretaria Estadual de Saúde souberam da cápsula levada por Maria Gabriela Ferreira, com 37 anos na época, esposa de Devair. Maria também faleceu por conta da exposição no dia 23 de outubro do mesmo ano.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), há 361 registros de despachos e sentenças contendo o termo "césio-137" e 238 em acórdãos e registros. Em regra, as ações são pedidos de pensão, remédios e inclusão no Instituto de Assistência aos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). Qualquer pessoa que apresentar alguma moléstia crônica, em qualquer momento da vida, em decorrência do contato com o césio pode pleitear judicial ou administrativamente, o pensionamento.

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