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COTIDIANO

Jantar compartilhado

Nós já compartilhamos carros pelo Uber, moradia pelo Airbnb, agora podemos compartilhar nossas refeições feitas em casa. Pelo menos essa é a proposta do Dinneer, um site pelo qual pessoas em várias cidades no Brasil disponibilizam suas casas, mais especificamente suas cozinhas, para quem estiver a procura de uma boa refeição e novas experiências.

Ainda novo em Goiânia, o site conta com 7 anfitriões na cidade, oferecendo 11 pratos diferentes, entre eles arroz carreteiro e risoto de filé mignon. A jornalista Ana Alberton soube do site graças a uma amiga e gostou da proposta do site por proporcionar a possibilidade de cozinhar e conhecer novas pessoas. “Acho uma ferramenta interessante para conhecer pessoas com interesses parecidos e que podem acabar se tornando novas amizades”, declara.

Os valores dos pratos variam de acordo com os anfitriões e os pratos que oferecem. Na capital goianiense, os preços estão variando entre R$ 40 e R$ 150, alguns pratos podem servir até 10 pessoas, e são pagos via PayPal. O site destina 90% do valor aos anfitriões, sendo que 10% são repassados no momento que o usuário faz a reserva, o restante é arrecadado pelo Dinneer.

Apesar dos preços, Ana afirma que o objetivo de ser anfitrião passa longe do retorno financeiro. “Acho que ninguém procura ser anfitrião do Dinneer pensando que dá pra viver do uso do serviço. Acredito que as pessoas viram anfitriões porque gostam de cozinhar e estão abertas a conhecer novas pessoas, trocar experiências, fazer amizades e dividir bons momentos”, declara.

Com dois anos de funcionamento, o site surgiu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e já tem anfitriões em 46 países, entre eles Portugal, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Argentina. No Brasil, são 3 mil anfitriões em 22 estados. O propósito do Dinneer é ser o maior restaurante do mundo, atendendo até 100.000 pessoas em uma só noite. Mesmo com objetivo tão audacioso, o site não se vê como concorrente dos restaurantes tradicionais, pois garante que oferece experiências diferentes das que os restaurantes oferecem.

Entretanto essa não foi a percepção dos estabelecimentos gastronômicos de São Paulo cujo sindicato procurou o fundador do site, Flávio Estevam, para questionar o serviço na capital paulista. “Fiquei surpreso com a iniciativa um pouco tanto ameaçadora, pois nosso objetivo não é competir com os restaurantes, mas sim empoderar as pessoas que amam cozinhar e não tem condições financeiras de abrir seu próprio restaurante”, afirma.

Entre as experiências citadas, no Dinneer, o cozinheiro come junto com as visitas, o que, segundo o site, anula a possibilidade da comida não ter qualidade. Além disso, o site promete uma recepção intimista e hospitaleira, permitindo o usuário acompanhar o preparo e finalização dos pratos. Para garantir esse atendimento, o Dinneer oferece treinamento para a comunidade de anfitriões a fim de que ofereçam uma boa experiência para os usuários. Caso a experiência não for satisfatória, o Dinneer promete devolver 100% do valor pago pelo usuário.

O analista de compras e estudante universitário, Danyllo Mourão, 29 anos, conferiu algumas dessas experiências com uma anfitriã em Goiânia. “Conheci o Dinneer através do meu amigo, ele me falou como funcionava, fiquei super entusiasmado, até por que sou formado em gastronomia”, conta. Na noite, sua anfitriã serviu de entrada um Tarta de banana e outro de tomate, o prato principal um risoto de banana da terra com frango e temperos goianos e de sobremesa um cheesecake com base de castanha de baru e calda de morango.

O analista foi com mais três amigos que juntos pagaram o total de R$ 180, valor que ele considera acessível visto a qualidade dos pratos e a experiência proporcionada. Danyllo relata ainda que teve receio de não gostar da novidade. “Particularmente achei maravilhosa, falando gastronômicamente uma explosão de sabores, combinações dos ingredientes do cerrado em pratos clássicos. Um mix de expectativa com aflição. Expectativa pelos pratos, como vai acontecer e aflição se o anfitrião é uma pessoa bacana, receptiva e comunicativa”, declara. Deu fome?

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