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Hospital com as portas fechadas

Há 39 anos tratando parte da co­munidade goiana, o Hospital Lúcio Rebelo, que foi vendido para um grupo de São Paulo, teve as ativida­des encerradas temporariamente na sexta-feira, 15. Um comunicado deixado na porta da unidade infor­ma que os atendimentos só devem voltar no dia 05 de janeiro. Enquan­to isso, pacientes estão sendo rea­locados para outros hospitais da região metropolitana de Goiânia e funcionários foram dispensados. A reportagem procurou, sem suces­so, a diretoria do hospital, que não atendeu às ligações.

As dores de cabeça começa­ram há cerca de três meses, quan­do o ex-dono da unidade, o mé­dico Percival Xavier Rebelo Filho, vendeu a empresa para um grupo de São Paulo. Percival quer des­fazer o negócio, isso porque, se­gundo ele, não recebeu o que foi acordado e ainda foi proibido de entrar na unidade. “Estou sendo vítima de um golpe e vou lutar na Justiça para reaver o hospital”, ex­plicou. O Hospital Lúcio Rebelo funciona em Goiânia há 39 anos e é uma tradicional unidade de saú­de, sendo referência em áreas es­pecíficas, como cardiologia e tra­tamento intensivo.

RELEMBRE

As consequências da venda do Hospital foram amplamente divul­gada pelo Jornal Diário da Manhã, que acompanhou o caso. Percival e sua esposa disputam na Justiça a tentativa de retomar o controle ad­ministrativo do Hospital Lúcio Re­belo após terem vendido para um grupo liderado por José Idineis De­mico e não terem recebido a par­te correta no contrato. O casal ha­via contraído empréstimo junto ao Sicoob e deram imóveis e outros bens em garantia. Como os atuais proprietários não honraram com os compromissos, como consta do contrato firmado entre eles, o ban­co colocou os apartamentos no Re­sidencial Jeroaquara, no Setor Bela Vista, um dos endereços mais ca­ros de Goiânia.

Após a negociação do hospi­tal, que teria sido vendido por R$ 83.782.283,47, o médico Percival Xavier teria sido impedido de en­trar no hospital. Negócio envol­veu o imóvel que fica em frente ao Parque Areião – um dos ende­reços mais valorizados de Goiâ­nia – máquinas, equipamentos, veículo, mobiliário, enxoval e de­mais elementos lançados no ba­lanço patrimonial. Eles pagariam R$ 100 mil por mês durante um ano e mais 136 parcelas de R$ 150 mil até 2029, totalizando R$ 21,6 milhões, além de assumir um pas­sivo de R$ 62 milhões que a empre­sa tem para com a pessoa física de Percival Xavier Rebelo Filho, por conta de aporte de capital pessoal e bens pessoais colocados para ge­rir o negócio. Outros débitos como tributos, fornecedores e prestado­res de serviço entraram como pas­sivo a ser liquidado pelos compra­dores. Tudo só no papel e que até agora não foi feito. “Eu ainda cons­to como diretor clínico, mas estou com minha entrada proibida”, la­menta o médico. Ele afirma ainda que dos 83 milhões, apenas 100 mil foram pagos pela venda.

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