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COTIDIANO

O perigo no Natal

Dezembro é um mês atí­pico. Férias escolares, tu­rismo, comércio intenso e festas de fim de ano fazem do mês um período de desafios para os gestores públicos. O aumento no fluxo de pessoas, seja nas re­giões urbanas, intermunicipais ou interestaduais, provoca também o aumento na ocorrência de conges­tionamentos e acidentes. Em 2016, somente no dia 25 de dezembro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 541 acidentes e 30 mor­tes em rodovias federais.

Em sua sétima edição, a Opera­ção Rodovida, maior ação de en­frentamento à violência no trânsito do País, será oficialmente lançada hoje, no posto da PRF de Anápo­lis, na BR-060. Pela primeira vez contemplando o estado de Goiás, a Rodovida é uma ação do gover­no federal, comandada pelo Minis­tério da Justiça e Segurança Públi­ca, por meio da PRF, com apoio da Presidência da República, Casa Ci­vil e dos ministérios das Cidades, da Saúde e dos Transportes.

A cerimônia contará com a pre­sença dos goianos Renato Dias Bor­ges, Diretor-Geral da PRF e Alexan­dre Baldy, ministro das Cidades. “Essa Operação acontece todo ano, mas é a primeira vez que ela vai acontecer em Goiás. O Diretor­-Geral da PRF é goiano e desta vez a gente tem o ministro das cidades que também é goiano, por isso a preferência por Anápolis”, explica o assessor de comunicação da PRF, inspetor Newton Moraes”.

A ação, que se inicia nesta sex­ta-feira, 22, tem término previsto para o dia 18 fevereiro, após o fe­riado de carnaval. A PRF direcio­na as atuações nas rodovidas para trechos considerados mais críticos nacionalmente., considerando lo­cais onde são registrados os maiores índices de acidentes graves, onde ocorre morte ou algum ferido gra­ve. 34% das mortes nas estradas de­correm de colisões frontais.

Entre 16 de dezembro do ano passado e 5 de março deste ano, 588.067 autuações foram regis­tradas pela PRF, sendo 8.551 por alcoolemia (consumo excessi­vo de álcool), 66.774 por ultra­passagens irregulares e 4.783 por falta ou uso irregular de cadeira infantil. Além disso, 521.877 mo­toristas foram flagrados acima do limite de velocidade. Neste perío­do, 2.663 acidentes graves foram registrados, 29% a menos que o mesmo período do ano anterior, que registrou 3.946 casos.

Se nas rodovidas o aumento do fluxo se dá em datas específicas, nas cidades esse aumento acontece ao longo de um período. Com as férias escolares e a proximidade das fes­tas de fim de ano, todo o mês de de­zembro registra congestionamentos e demandas específicas. No caso de Goiânia, esses fenômenos aconte­cem em regiões específicas: o polo de confecção de roupas na região da rua 44; avenidas com intensa ativi­dade comercial, como a Bernardo Sayão e 24 de outubro; o bairro de Campinas; e os grandes shoppings centers, em distintas regiões.

A dinâmica do trânsito de alte­ra na capital durante este mês, dei­xando de se concentrar nas regiões escolares e se intensificando nas re­giões comerciais e de lazer. Segun­do o titular da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilida­de (SMT), Luiz Fernando Santana, houve um aumento no número de agentes em atuação nas ruas, prin­cipalmente nessas regiões de maior fluxo. “Não estamos deixando a ci­dade abandonada, existe um moni­toramento geral, mas há uma con­centração maior de agentes nesses pontos que exigem mais a presen­ça do agente para poder monito­rar o trânsito e garantir segurança para motoristas e pedestres”, afirma.

Sobre a Operação Rodovida, o secretário diz que, embora a área de atuação da SMT seja restrita ao município de Goiânia, os trechos de rodovias que cortam a capital eventualmente podem ser moni­torados pela SMT. A BR-153 é a ro­dovia que reserva maior quantida­de de fluxo e, consequentemente, de congestionamentos, infrações e acidentes no perímetro urbano. A Triunfo Concebra, empresa que administra os trechos da BR-153 e BR-060 que passam por Goiás, fará mobilização especial de equipe nos feriados de fim de ano.

A Concessionária reforçará o atendimento através da chama­da “Operação Papa Fila”, que tem o objetivo de evitar filas com mais de 400 metros nas praças de pe­dágio, que é o máximo permitido pela Agência Nacional de Trans­portes Terrestres (ANTT). Além do funcionamento de todas as ca­bines, sempre que houver forma­ção de fila expressiva em Alexâ­nia, Goianápolis, Professor Jamil e Itumbiara (que são os municípios que abrigam as quatro praças de pedágio da empresa no estado), colaboradores recolherão as ta­rifas de pedágio antes dos veícu­los chegarem nas cabines.

Ainda segundo a empresa, os melhores períodos para pegar a estrada nos feriados de fim de ano são os chamados “horários de con­tra-fluxo”. Tanto no Natal quan­to no Ano Novo, a recomendação para permanecer em fluxo rodo­viário é na sexta-feira antes das 12 horas e no sábado após o meio-dia. Na volta do feriado, antes das 12 de segunda e após o meio-dia de ter­ça-feira, são horários com possibi­lidade de menor fluxo.

Trânsito chuvoso


Além da intensificação do fluxo urbano na capital em dezembro, a chegada do verão nesta mesma época traz fortes chuvas ao longo do mês. Na última semana, uma tempestade caiu sobre Goiânia e deixou estragos pelo caminho. O pior deles aconteceu numa das princi­pais vias da cidade, a Margi­nal Botafogo. Interligando as regiões Sul e Norte da capi­tal, um trecho da via, na altu­ra do viaduto da Avenida In­dependência, desmoronou sobre às margens do córre­go Botafogo durante um in­tenso alagamento que aco­metia a região.

A região está interditada desde o dia 14, apenas qua­tro meses após reforma do local, e modificou o trânsito da capital em uma época de­licada. Dois dias antes, a SMT havia interditado a conver­são para rua 67, sentido rua 44, devido ao intenso trânsito no local, que serve de acesso para quem vem da Marginal e da Pecuária. Segundo o se­cretário Luiz Fernando, com informações da Secretaria de Infraestrutura, a previsão é de que o sentido Sul-Norte seja liberado dentro de 4 a 5 cinco dias e o sentido Norte­-Sul em cerca de 15 dias.

Além do caso específico da Marginal, as fortes chuvas de dezembro deixam diver­sas ruas e avenidas intran­sitáveis em decorrência de alagamentos, derrubada de árvores e acidentes. “Toda vez que acontece uma chuva intensa como está aconte­cendo recentemente nós já sabemos as vias que acabam alagando para poder moni­torar e evitar algum acidente ou acontecimento ruim que possa acontecer por ali”, diz Luiz Fernando.

O principal perigo em dias de chuva é a aquapla­nagem, que acontece através de poças rasas de água que se formam sobre o asfalto, dei­xando o chão escorregadio. Quanto mais rápido o veícu­lo estiver, maior a chance de que, ao passar por essas po­ças, os pneus não entrem em contato com o asfalto e o car­ro derrape. Diminuir a velo­cidade e acender o farol bai­xo, mesmo se ainda estiver claro, facilita que os demais veículos visualizem melhor o veículo, diante do compro­metimento da visão que chu­vas como as que tem caído na capital geram.

Em casos de alagamento, que tem sido cada vez mais comuns por falta de vias de escoamento de água, o reco­mendado é não enfrentar o volume de água e não parar o veículo sobre a água. A média de chuva para o mês é de 245 milímetros. Até hoje, cerca de 220 mm já precipitaram na capital, faltando 9 dias para o fim do mês. O dia 7 foi o mais chuvoso, com quase 40mm precipitados, o que corres­ponde à 20% do total.

Nova lei aumenta punição para motorista bêbado


Na última quarta-fei­ra, 20, o presidente Michel Temer (PMDB) sancio­nou uma lei que aumen­ta a punição para casos de acidentes provocados por condutor embriagado. A nova legislação conside­ra esses casos como ho­micídio culposo (quando não há intenção de matar) sob pena de até 8 anos de prisão. Publicada no Diá­rio Oficial da União, a lei entra em vigor dentro de quatro meses. Atualmen­te, a pena para homicídio culposo varia entre 2 a 4 anos e não tem referência direta à casos de embria­guez. Com alteração no Código de Trânsito Bra­sileiro, a pena para esses casos terá duração míni­ma de 5 anos.

Em novembro, uma mulher de 35 anos mor­reu após ser atingida por um motorista bêbado que disputava um racha com outro veículo na Avenida Rio Verde, na altura de um shopping, na divisa entre Goiânia e Aparecida de Goiânia. A mulher volta­va do trabalho, de moto, com sua filha de 17 anos, quando foi atingida por uma caminhonete em alta velocidade e arremessada a 80 metros do local da co­lisão. A mãe foi socorrida mas não resistiu e a ado­lescente teve ferimentos graves, foi encaminhada para o Hospital de Urgên­cia de Goiânia (Hugo) e teve alta dias depois.

No último carnaval, a Polícia Rodoviária Fe­deral (PRF) autuou 116 motoristas por dirigirem embriagados. Juntamen­te com as festas de fim de ano, o carnaval é o feria­do em que o maior núme­ro de mortes e acidentes são registrados em rodo­vias. A Operação Rodovi­da pretende conter esses números que, no caso de bebida e direção, têm au­mentado. No carnaval de 2017, foram autuados 32 motoristas embriagados a mais que no ano anterior.

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