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População deve pressionar contra mudança

O comendador, cientista po­lítico, líder comunitário e auditor fiscal aposentado Nuno Costa Pinto é um dos líde­res de uma manifestação pública contra as reformas da Previdência, da terceirização e trabalhista, que tiveram início em abril. Ao lado do advogado João Mendes de Rezende e do delegado de polícia aposenta­do Eurípedes Miguel de Freitas, já recolheu cerca de 6 mil assinatu­ras, somente em Goiânia, para en­caminhar ao Congresso Nacional para que a reforma da Previdência não seja aprovada da forma como o projeto tramita em Brasília.

A manifestação pública do trio destaca que a reforma da Previ­dência é injusta porque não pro­põe receber as dívidas bilionárias das grandes empresas devedoras do sistema previdenciário, como JBS, Bradesco, Correios e Prefeitura de São Paulo. Outra razão para se­rem contra a reforma é que a mes­ma não combaterá a sonegação de impostos pelas grandes empresas, além de não tributar as grandes for­tunas, “apenas a classe trabalhado­ra é sacrificada, mais uma vez”, des­taca o documento.

Em entrevista ao Diário da Ma­nhã, Nuno Costa ressalta que o movimento é apartidário e preten­de dar uma contribuição ao País, fazendo pressão direta nos depu­tados federais. “Vamos a Brasília fazer pressão direta nos nossos de­putados, não só os goianos, mas todos os deputados. Vamos pro­curar as lideranças, vamos mos­trar a nossa indignação e mostrar o caminho do que queremos. Não somos contra totalmente a refor­ma, quem ganha de 20 mil reais para cima não deve sofrer as con­sequências da reforma”, explica.

O comendador reforça que a manifestação pública que está pro­pondo é para aparar as arestas em relação à Previdência. “No meu en­tendimento, essa reforma atinge os pequenos e o foco é aparar as ares­tas que favorecem os mais ricos, porque visa acabar com os privi­légios. Temos que tirar grande par­te da sociedade, que são os pobres, dessa reforma que penaliza somen­te aqueles. As pessoas que ganham até 19 mil reais devem permanecer sem alterações, aqueles que rece­bem de 20 mil reais para cima, deve aumentar em cinco anos de contri­buição e na idade”, pondera Nuno.

O líder lembra que, em 2003, o ex-presidente Lula (PT) reali­zou uma reforma da Previdência e promoveu uma série de altera­ções, como o fator previdenciário. “Eu era aposentado e não paga­va contribuição, agora estou pa­gando 11%. Ele criou o teto máxi­mo da previdência para valer para todos aqueles que tiverem de um a 100 salários mínimos e também criou a previdência privada com­plementar, que não regulamentou”, argumenta e continua: “A questão maior é falta de gestão, não está sendo adequada a nossa realida­de. Defendemos a legalidade, so­lidariedade e equidade”, defende.

GOLPE

O advogado João Mendes desta­ca que as reformas que o presidente Michel Temer (PMDB) tem tentado aprovar no Congresso Nacional fa­zem parte do terceiro golpe que o partido dará no Brasil. “O governo do PMDB tem 33 anos que está no comando do país. Este é o terceiro golpe que esse partido quer dar no povo brasileiro e na economia do país para continuar no poder e ga­nhar as eleições no ano que vem. O primeiro golpe foi no Plano Cruza­do, o segundo no Plano Real e ago­ra o terceiro golpe é o plano das re­formas”, enumera.

Nuno Costa destaca que a re­forma da previdência deveria “ampliar a gama de arrecadação” e que o movimento que lidera tem foco somente em Goiás, mas pode vir a ser exemplo para outros esta­dos brasileiros. “Esse movimento deveria ter alcance nacional, mas vamos focar somente o estado de Goiás e que isso sirva de exemplo para os outros estados fazerem também. Vamos nos deputados, fazer pressão para que na hora que a emenda chegar, eles terem argu­mentos para não votar”.

O delegado aposentado Eurípe­des Miguel reforça que o trio é con­tra o terrorismo que o governo tem feito ao afirmar que se a reforma da previdência não for realizada o de­semprego aumentará e as pessoas deixarão de receber seus salários. O advogado João Mendes é enfá­tico nessa questão: “Somos contra essa exploração, enquanto falta as coisas no país. Isso que o Michel Temer fala que se não aprovar a reforma vai acontecer desempre­go, que as pessoas não vão receber salário, é mentira dele”.

João Mendes ainda ressalta que o presidente da República tem trata­do os congressistas brasileiros como adolescentes e esta não é a forma correta de se governar. “Ele é men­tiroso e irresponsável com o povo brasileiro e com o país, porque ele ataca o Congresso e transforma os deputados em adolescentes e trans­forma esse fundo partidário de R$ 1,3 bilhão como se fosse a mesada dos adolescentes, porque se não votarem na reforma eles não vão ganhar a mesada. Transformou o Congresso Nacional em casa de bar­ganha, um desrespeito ao povo bra­sileiro que votou neles”, argumenta.

O advogado também acredita se os deputados votarem a favor da reforma da previdência como está, ficarão desacreditados pelos eleito­res. “Se existe algum deputado que votar a favor da reforma será banido da política pelo povo brasileiro, por­que a população não aguenta mais, está sofrendo, passando dificulda­des e há 33 anos esse PMDB vem manipulando as eleições, rouban­do votos e, ainda, usa como supor­te um judiciário que não responde aos anseios do povo”, afirma.

João Mendes aponta que se o presidente não tem capacidade de governar sem a reformas im­postas deve renunciar. “O Michel Temer já até alegou que quer que esse processo de reforma seja o seu legado, mas acredito que o único legado que o PMDB vai dei­xar nesses 33 anos é o legado da corrupção, falcatrua, roubalheira, do assassinato e tráfico de drogas, esse é o legado que o PMDB vai deixar na história do país nesses 33 anos de administração direta e indireta. Se o presidente Michel Temer não dá conta de governar sem fazer as reformas, que ele sai do governo e renuncie”, sugere.

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