14 menores fogem de Centro superlotado
Diário da Manhã
Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 01:29 | Atualizado há 7 anos
Na madrugada de ontem, 14 menores de idade fugiram do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), no Conjunto Vera Cruz I, na Região Oeste de Goiânia. Eles teriam feito os funcionários reféns utilizando barras de ferro e fugiram com o auxílio de uma corda feita com panos. A fuga acontece no momento de crise penitenciária em Goiás, que registrou fugas em massa e mortes em Aparecida de Goiânia. Cidades do interior também tiveram evasão. No momento da fuga, 174 menores estavam reclusos no local, que tem capacidade para 160 jovens.
A direção do Centro de Internação ainda não sabe se houve algum tipo de facilitação durante a fuga. O Grupo Executivo de Apoio à Criança e ao Adolescente (Gecria) abriu processo administrativo para investigar o caso. Até a última atualização desta matéria, três menores haviam sido recapturados. Apesar de o governador Marconi Perillo afirmar que “as condições das prisões de Goiás são melhores que as de muitos Estados”, as rebeliões e fugas continuam.
Em uma das celas do Case está escrito na parede: “Bem-vindo ao inferno”. Em outra, com tinta vermelha: “Cadeia que não regenera o coração do preso só constrói infratores com mais ódio por dentro”. Em setembro de 2017, dez jovens que estavam no banho de sol, no Case de Anápolis, fugiram usando um poste de luz para saltar o muro do local. Além dos três motins do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, 11 detentos quebraram as grades com as mãos e saíram do presídio de Luziânia.
Segundo o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSAP), Ricardo Balestreri, as rebeliões estariam acontecendo por conta de briga entre facções rivais. No dia 1º de janeiro, 9 presos morreram, dois deles decapitados, 14 ficaram feridos e 243 fugiram, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com um relatório de inteligência da Polícia Militar, a ala C tem presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e a ala B detentos ligados ao CV (Comando Vermelho).
Apesar do conflito interno, tanto em Aparecida de Goiânia quanto no Case do Vera Cruz I, os reclusos denunciam más condições dos presídios, falta de água, energia, saneamento básico, demora na análise dos casos e superlotação. O Case é destinado ao atendimento de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, por período máximo de 3 anos.