Home / Cotidiano

COTIDIANO

Apesar de balear criança de 6 anos, policial mantém cargo e salário de R$ 14 mil

Foto: Reprodução/TV CMN


Duas situações de vida completamente opostas separam o menino Luís Guilherme Coelho Caxias, de 7 anos, e o policial civil do Distrito Federal, Sílvio Moreira. O primeiro foi baleado pelo agente no dia 6 de janeiro de 2017 e perdeu as funções do pulmão direito. O último, por sua vez, cumpriu pouco mais de oito meses de regime fechado em Goiânia pelo crime e atualmente está lotado no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e recebe cerca de R$ 14 mil.

Os dois se cruzaram no primeiro mês do ano passado na BR-070, no município de Cocalzinho, em Goiás. Na ocasião, parte da via estava interditada por conta de reparos. O pai da criança teria ultrapassado o policial, despertando a ira do mesmo. O agente ainda tentou passar a frente do veículo em que o garoto estava, mas sem sucesso sacou uma pistola e disparou contra o carro. No automóvel, Erlon Caxias (pai) e Audicélia Paula Caxias (mãe), além do menino estavam presentes.

Com os disparos, Luís Guilherme que estava em uma cadeirinha de segurança foi atingido nas costas. Uma das balas ficou alojada no pulmão direito da criança que teve a perda total do órgão. Depois no ocorrido, a criança passou por cirurgias e atualmente vai frequentemente em sessões de fisioterapia para tentar voltar aos poucos a rotina.

Do outro lado, o agente denunciado por tentativa de homicídio duplamente qualificada, por três vezes, está em liberdade. Apesar de ter um histórico de violência, ele ainda permanece no quadro da corporação e trabalha normalmente. De acordo com o Portal da Transparência do DF, o policial recebeu no mês de outubro de 2017 o valor de R$ 14.389, 13. Em novembro e dezembro do mesmo ano foram R$ 13.998,37.

Em nota enviada ao site Metrópoles, a Corregedoria-geral de Polícia Civil disse que instaurou processo administrativo disciplinar, e que este se encontra em fase de instrução. O órgão confirmou que ele permanece nos quadros da corporação, recebendo salários.

Defesa

O advogado do agente, Roberto Borges da Silva, afirmou que durante a instrução processual foi comprovado que o cliente sacou a arma por acreditar que lidava com algum bandido. “Ele atirou para o chão para conter a ameaça, mas a bala atingiu o garoto. A linha de defesa vai provar que ele agiu em legítima defesa putativa”, concluiu a defesa.

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias