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Como reconhecer sinais de depressão

A depressão é muito mais do que uma condição inerente ao humor. Embora seja um (errô­neo) costume associar o termo “deprimido” a uma pessoa em estado de tristeza e desânimo, a depressão é um mal patoló­gico, há anos reconhecido pela Organização Mundial de Saú­de (OMS). Tristeza, desinteresse exacerbado, sentimento de culpa ou excesso de sono são apenas alguns dos vários sintomas que esse mal provoca no infeliz indi­víduo que com ele precisa lidar.

A depressão afeta tanto física quanto psicologicamente. Altera a produção hormonal, ou seja, toda a fisiologia do organismo se trans­forma, e o corpo funciona de ma­neira “bagunçada”, anulando ou aumentando a sensação de fome e sono, e pode provocar aumen­to ou perda de peso. “A depressão, mais do que uma doença que afeta emocionalmente, ela pode repri­mir até mesmo o desejo de uma pessoa continuar vivendo. O sui­cídio para o indivíduo depressivo é uma alternativa à interrupção da dor. Ele chega ao ponto de provo­car a própria morte para interrom­per a dor que está sentindo, então ele se vê num beco sem saída e não consegue enxergar outras opções para resolver seu problema”, ex­plica a psicóloga Ingrid Machado.

Por conta do trágico aconteci­mento, cuja suspeita é de que o garoto de 13 anos tenha cometido suicídio, o Diário da Manhã achou válido reforçar alguns aspectos bá­sicos inerentes à doença, além de listar os principais sintomas que acometem o depressivo.

COMO RECONHECER A DEPRESSÃO EM DIFERENTES FASES DA VIDA

  1. Depressão na infância


A depressão nas crianças pode ser mais difícil de reconhecer, pois elas nem sempre conseguem demonstrar de forma clara os seus sentimentos. Alguns dos sinais apresentados incluem falta de vontade para brincar, fazer xixi na cama, queixas frequentes de cansaço ou dificuldades no aprendizado, por exemplo.

Caso haja sintomas de tristeza ou alterações no comportamento na criança, é importante que haja uma avaliação do pediatra ou psiquiatra infantil, que poderão avaliar de forma mais específica o quadro, e confirmar se há realmente depressão ou outro tipo alteração, como ansiedade ou hiperatividade, por exemplo.

  1. Depressão na adolescência


Alterações do comportamento e do humor são comuns na adolescência, pois é uma fase de importantes alterações hormonais, além de ser um período em que começam a surgir maiores cobranças e dúvidas. Entretanto, é importante saber reconhecer sinais que podem indicar depressão, pois esta situação pode trazer consequências graves para a vida do adolescente, como como abuso de drogas, de álcool e, até, suicídio.

Alguns sinais que indicam a depressão nesta fase podem ser tristeza, irritabilidade constante, falhas de memória, falta de auto-estima e sentimento de inutilidade, entretanto é muito importante a avaliação médica para confirmar as causas destes sintomas.

  1. Depressão na gravidez ou pós-parto


A depressão na gravidez ou no pós-parto podem surgir em pessoas predispostas a esta doença, já que é um período de muitas cobranças, dúvidas e incertezas.

Também é importante lembrar que as variações de humor neste período são normais, que resultam de alterações dos níveis hormonais que a mulher apresenta. Porém, se o humor deprimido é persistente e dura por mais de 2 semanas, a mulher deve conversar com seu obstetra ou psiquiatra para avaliar a situação e verificar se pode estar com depressão.

  1. Depressão no idoso


A depressão no idosos também podem apresentar sinais mais difíceis de reconhecer, pois muitas pessoas podem achar que a apatia ou a falta de vontade para realizar atividades são “comuns da idade”, o que não é verdade.

Sempre que o idoso apresentar alterações do comportamento ou do humor, é indicado que haja uma consulta com o geriatra, psiquiatra ou neurologista, pois eles podem não só indicar depressão, mas também podem ser sinais de outras doenças perigosas, como demência, hipotireoidismo ou parkinson, por exemplo.

Além disso, a depressão deve ser tratada assim que identificada, pois pode trazer consequências graves à saúde do idoso, como perda da autonomia para realizar atividades, alterações da memória, isolamento social, além de favorecer a piora de doenças. Para tratar a depressão do idoso, o médico poderá indicar uso de medicamentos antidepressivos, como Citalopram, Sertralina ou Nortriptilina, por exemplo, assim como a realização de psicoterapia.

A família também tem papel fundamental para ajudar na estimulação do bem estar do idoso, fazendo companhia, propondo atividades de interação social e incentivo à atividade física, fatores importantes para prevenir e tratar a depressão.

MANIFESTAÇÕES E SINTOMAS DA DEPRESSÃO

Não existe uma ordem para os sintomas surgirem, e a doença também se manifesta de diferentes formas, variando de pessoa para pessoa. “Lógico que existe um padrão, mas também nem sempre esse padrão é respeitado, que são os sintomas mais comuns: tristeza, desânimo, sono e falta de apetite. Uma pessoa pode estar deprimida, mas a tristeza, embora muito comum, pode não ser um dos sintomas. Mas ela pode apresentar um ganho ou perda de peso muito rápido, desanimada, pode se fechar mais à comunicação e se isolar, entre outras manifestações”, aponta a especialista.

Para evitar que tragédias aconteçam ou que casos ainda no início se agravem, nem mesmo é necessário esperar que os sintomas se apresentem. Qualquer mudança no comportamento, principalmente nos adolescentes, as principais vítimas da doença, o diálogo deve ser construído para compreender melhor o que o jovem está passando. Confira a seguir os sintomas mais comuns da depressão:

  • Humor deprimido, e/ou
  • Perda de interesse ou prazer para as atividades do dia-a-dia, que são persistentes e surgem em todos ou quase todos os dias.
  • Além disso, a pessoa deve apresentar pelo menos 3 ou 4 de outros possíveis sintomas, como:
  • Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta;
  • Aumento ou diminuição de apetite;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Agitação ou lentificação;
  • Fadiga e perda de energia;
  • Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada;
  • Indecisão ou capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se;
  • Pensamentos de morte recorrentes, vontade de morrer, assim como tentativa ou planejamento de suicídio.

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