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Tontura não significa labirintite

Não é só a labirintite que cau­sa tonturas e vertigem nas pes­soas. A campanha Semana da Tontura que está sendo realiza­da pela primeira vez no Brasil neste ano, promovida pela As­sociação Brasileira de Otorrino­laringologia e Cirurgia Cérvico­-Facial (ABORL-CCF), pretende conscientizar as pessoas sobre o tema, destacando que a tontura é um sintoma que pode ser atrela­do a diversos diagnósticos.

A tontura é uma queixa mui­to frequente na população geral. São inúmeras as causas, mas pelo perfil do paciente é possível iden­tificar as mais comuns. Quando uma pessoa termina de se exerci­tar na esteira, por exemplo, e vol­ta a pisar no chão, é normal sentir um pouco de falta de equilíbrio, e não há motivos para se preocupar segundo os médicos. Outra situa­ção que costuma provocar tontu­ra é a pressão baixa. Isso acontece porque falta irrigação no cérebro, e não por labirintite.

De acordo com o médico otor­rinolaringologista, membro co­laborador do departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF, Pedro Ivo Machado, labirintite é uma doença raríssima, porém muito frequentemente respon­sabilizada, equivocadamente, em episódios de tontura

Ele explica que a tontura é mais frequente em pacientes do sexo feminino a partir dos 50 anos. “Nesta faixa etária as alterações metabólicas e a VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna) são causas frequentes”, alerta. Já entre os adultos jovens, a doen­ça de Ménière e a enxaqueca es­tão entre os diagnósticos mais co­mum quando o sintoma é tontura.

Na infância, conforme o mé­dico, é a Vertigem Paroxística Be­nigna da Infância (VPBI), que é equivalente a um enxaquecoso, e acomete, principalmente, crian­ças com história familiar positiva de enxaqueca e com erros alimen­tares. Ainda conforme o especia­lida, outra causa comum é a cine­tose, tontura desencadeada pelo movimento. Ele garante que são várias as doenças diferentes com o mesmo sintoma, como patolo­gias cardíacas, neurológicas, vas­culares e até emocionais.

Para o médico radiologista Jacio Dantas, de 55 anos, que já teve quatro episódios de tontura ao longo de 30 anos, o emocio­nal foi quem provocou as verti­gens. “No meu caso foi realmen­te a questão do estresse. Um dia, quando levantei fiquei tonto e cai no chão. Passei por uma bateria de exames para descobrir a cau­sa. Tomografia e ressonância de crânio, exames laboratoriais para ver questões metabólicas, avalia­ção cardiológica com ecocardio­grama e eletrocardiograma, mas não deu nada alterado”, afirma.

PROCURAR UM MÉDICO

Segundo o médico Pedro Ivo, quando uma pessoa tem ton­turas e vertigens com frequên­cia ele deve procurar um profis­sional otorrinolaringologista, de preferência com atuação em oto­neurologia, que vai interpretar e entender os sintomas, sendo ne­cessário em alguns casos a reali­zação de exames, como exames de sangue, testes vestibulares, auditivos e exames de imagem. Ele ainda alerta que as doenças do labirinto quase nunca cau­sam desmaios, mas elas podem ser acompanhadas de zumbidos ou perdas auditivas.

O labirinto está localizado na orelha interna e é composto por um conjunto de órgãos senso­riais responsáveis pela detec­ção de movimentos do corpo, que contribuem para a manu­tenção do equilíbrio.

MEDICAÇÕES

O especialista ainda ressalta que algumas medicações podem ter a tontura como possível efei­to colateral. “Existem remédios que afetam o labirinto e outros que causam tontura por outros motivos. O diagnóstico correto é imprescindível, já que o sucesso do tratamento depende da iden­tificação correta da causa do sin­toma”, revela.

Em via de regra, medidas não farmacológicas, como mudan­ças de hábitos alimentares e iní­cio de uma rotina de atividades físicas, já podem gerar resultados satisfatórios. Muitas doenças do labirinto têm cura e todas têm tratamento ao menos para con­trole, por isso é tão importante sua investigação.

ENTENDA

1) De forma rápida e objetiva, a definição de labirintite é: inflamação do labirinto;

2) Órgão sensorial que detecta os movimentos feitos pelo ser humano, labirinto é o nome da parte interna do ouvido;

3) Detectar movimentos é um sentido, assim como visão, olfato, audição, tato e paladar.

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