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Festival termina, mas deixa gosto de ‘quero mais’

O Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) chega ao fim hoje, mas bons momentos vão ficar registra­dos na memória de quem frequen­tou o evento nos últimos seis dias. Em entrevista ao Diário da Manhã ontem, a professora de literatura da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Ebe Lima Siqueira, disse que o projeto mulheres coralianas tem o objetivo de emancipá-las economi­camente e fazer com que elas come­cem a adquirir renda com os produ­tos feitos na feira. “As oficinas têm o papel de despertar um senso eman­cipatório nelas”, diz a presidente da associação das mulheres coralianas.

Surgido em 2014, durante o go­verno da ex-presidenta Dilma Rou­sseff (PT), o objetivo da iniciativa é conceder empoderamento e en­frentamento às mulheres. A verba usada para dar o pontapé inicial veio por meio de emenda parla­mentar de autoria da então deputa­da federal Marina Sant´Anna (PT). Em dois anos, o projeto capacitou 150 mulheres nos dois primeiros anos. Segundo Ebe, a intenção era fazer o resgate do patrimônio ima­terial para despertar nas mulheres o senso de apropriação da cultura local. “Nós pegamos a poetisa Cora Coralina como inspiradora, porém não somente pela poesia em si, e sim porque ela foi uma empreen­dedora durante 30 anos”.

A vilaboense e mestra cozinhei­ra em oficina de bolinho de arroz, Juraci Ferreira de Aquino, 73, rela­tou que criou nove filhos venden­do seu produto, mas antes de se consolidar nesse ramo teve outros trabalhos. “Antes trabalhei lavando e passando para fora, fui domés­tica até um dos filhos alugar por 10 meses uma porta do mercado onde funcionava um bar”, lembra. Neste momento, diz ela, o negócio começou a dar certo e o dinheiro foi entrando em sua conta até que resolveu ganhar a vida com isso. Atualmente, seus filhos já estão adultos e cada um segue suas vidas.

Palestrante em uma oficina, que aconteceu no Mercado Municipal da Cidade de Goiás, a jornalista Nonô Noleto, 69, fez licor de pequi e explicou que a receita é uma das mais antigas da família. De acor­do com ela, antes de fazer disso sua ocupação, após passar por várias re­dações durante sua vida profissio­nal, precisou ir atrás de informações a respeito de como faria para pôr em prática a comercialização da bebida. “Hoje, depois de ir atrás de várias in­formações acerca de como colocar o licor no mercado, vendo-o na fei­ra do Cerrado, em Goiânia”, afirma.

A estudante de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Jéssica Camargo Cardoso, frisou que a oficina promove um resgate e reaproveitamento do que é possível encontrar na natureza. Para ela, que é ligada às artes, a alterna­tiva de realizar pinturas é parecida com a dos antepassados. “A ofici­na gera uma forma interessante de resgate do que é possível encontrar na natureza. Isso pode ser analisado sobre o viés de alternativas para fa­zer pinturas, que é bem semelhan­te aos que nossos antepassados fa­ziam”, esclarece a estudante.

LICORES

Uma das oficinas ministradas no Mercado Municipal da Cidade de Goiás na manhã de ontem foi so­bre licores. Com a temática “O licor, sua origem e seus sabores”, a jorna­lista Nonô Noleto explicou que sua origem remete ao século XIV e XVII, quando Arnold de Vila Nova, alqui­mista da Espanha e França, registrou os primeiros álcoois aromatizados. No Brasil, de acordo com a jornalista, a prática de fabricar esse tipo de bebi­da existe desde o século XIX e conta com viés feminista, já que foi produ­zido historicamente por mulheres. Em Goiás, por sua vez, os sabores vi­riam conforme os frutos de cada re­gião do Cerrado– como Jenipapo, pe­qui e, mais recentemente, o de barú – e os naturais dos quintais goianos.

Por conta de sua doçura e alto teor alcoólico, em sua maioria va­riando de 15% a 20%, os licores são servidos na maioria das vezes em pequenas taças, quase sempre após as refeições, passando a funcionar como digestivo. Atualmente, jun­to com o café, compõem as mesas de saídas de banquetes, além de serem usadas para regar bolos de creme, sorvetes e outras sobreme­sas. Na França, por outro lado, o li­cor é apenas um digestivo e é ser­vido após as refeições. Nos EUA e Inglaterra, porém, é utilizado como drink. E, no Brasil, por causa da en­trada do licor-creme, a bebida está ganhando espaço especial nos car­dápios de drinques especiais.

História da Cidade de Goiás começa no século XVII com os bandeirantes

A história da Cidade de Goiás co­meça em 1683, quando Bartolomeu Bueno da Silva chegou ao rio das Mortes. Seguindo o auxílio do ban­deirante Pires de Campos, Bartolo­meu usou a artimanha do prato de aguardente para impressionar os na­tivos, o que lhe rendeu a alcunha de Anhanguera – diabo vermelho. Ao voltar, trouxe ouro e vários índios ca­tivos. Cerca de 40 anos depois, Bar­tolomeu da Silva Filho teve a tarefa de chefiar uma bandeira de cem ho­mens, cujo propósito era encontrar o lugar onde estivera com seu pai.

Nesta época, o então jovem Bar­tolomeu encontrou o aldeamento de índios guaiases, mais conhecido como Goiás, vestidos de roca culti­vada pelo Anhanguera. Fundou em 1726 o arraial da Barra, hoje Bue­nolândia, e no ano seguinte os de Ouro Fino, Ferreiro e Santana, dan­do último a atual Cidade de Goiás. Foi sede administrativa da Capita­nia e do Estado de Goiás, entre 1744 a 1973, quandooentãogovernadorPe­dro Ludovico Teixeira deu origem ao projeto de construir uma nova capi­tal para o Estado, originando Goiânia.

O distrito e a freguesia foram criados em 1729, com o nome de Santana de Goiás. Por fora da car­ta, que fora redigida em 11 de feve­reiro de 1736, criou-se o Município, que inicialmente recebera a deno­minação de vila Boa de Goiás, ins­talada em 25 de julho de 1739. Em 8 de novembro, recebeu o nome da sede administrativa da Capitania de Goiás, em função do Alvará que dera o pontapé inicial.

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