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“Crise hídrica é mix de redução de chuvas, captação irregular, período longo de seca, degradação e de mudanças climáticas

  •  Mais de 60 municípios do Estado de Goiás podem ser atingidos, como em setembro, outubro e novembro do ano de 2017
  •  Construção do Linhão, para ligar Goiânia e Aparecida de Goiânia, poderá aliviar os efeitos já em 2018, assim como em 2019
  •  Resolução das Conferências Climáticas de Paris e do Marrocos deveriam ser adotadas na íntegra pelos Estados Unidos e China

O volume de precipitação pluviométrica, de chuvas, em Goiás, nos últimos anos, sofreu uma queda expressi­va, informa o ex-vice-presidente da Saneago, Rubens Marques. O nível de abastecimento dos reservató­rios de água caiu, como apontam os números oficiais, explica. Um ingrediente negativo que tempera o quadro negativo é a captação ir­regular à beira do Meia Ponte e do João Leite, conta com exclusividade ao jornal Diário da Manhã. Mais: o longo período de seca atinge um porcentual elevado dos municípios do Brasil, registra o gestor.

- Relatório do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti­ca, aponta que a seca seria o maior desastre ambiental do Brasil. Como de Goiás e de seus 246 municípios.

As pesquisas Perfil dos Muni­cípios Brasileiros [Munic] e o Per­fil dos Estados Brasileiros [Estadic], realizadas e tabuladas com referên­cia ao exercício de 2017, mostram que, de 2013 a 2017, 48,6%, quase a metade dos municípios do País, anotaram determinado episódio de seca. Criterioso, o levantamento es­tatístico relata que 59% das cidades não apresentam instrumentos para a prevenção de desastres naturais. Preto no branco: Pasmem! Apenas 14,7% possuíam um Plano Especí­fico de Contingência ou Prevenção à Seca, diz o documento.

- Loteamentos irregulares seriam graves problemas em 60,6% dos mu­nicípios.

Rubens Marques alerta para o risco de que mais de 60 municípios do Estado de Goiás podem ser atin­gidos, como em setembro, outubro e novembro do ano de 2017, pela crise hídrica, no ano de 2018. O Po­der Público deve impedir a destrui­ção de matas ciliares, a devastação de nascentes, a poluição ambien­tal e incentivar a população a eco­nomizar água, recomenda um dos especialistas em Saneamento Bá­sico no Brasil e no Estado de Goiás. A construção do Linhão, para ligar Goiânia e Aparecida de Goiânia, po­derá aliviar os efeitos, frisa.

- Já em 2018, assim como em 2019 e 2020.

Ex-vice-presidente dos Estados U n i ­dos das Américas, Al Gore apon­tara, em 2006, o suposto impacto do aquecimento global, se recor­da. O seu documentário ‘Uma Ver­dade Incoveniente’ traz um qua­dro crítico, agudo, ácido, dos danos causados pelas mudanças climáti­cas produzidas nos últimos anos. Não custa lembrar: aceleração do processo de degelo, a elevação das temperaturas, os furacões, tsuna­mis, longos períodos de seca, nos cinco continentes.

- O Acordo de Paris, em dezem­bro de 2015, tratado assinado por 197 países, e de Marrakesh, em 2016, foi celebrado.

O pacto estabelece a necessidade de se manter a temperatura média da Terra abaixo de 2 º C. Acima dos níveis pré-industriais. Assim como executar medidas, políticas públi­cas ambientais, para limitar a eleva­ção da temperatura até 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. As nações de Primeiro Mundo devem conce­der benefícios financeiros aos países subdesenvolvidos. Para que possam enfrentar as mudanças climáticas.

- O Brasil ratificou o Acordo de Paris em 12 de setembro de 2016.

As metas e estratégias definidas para o Brasil, um País de dimensões continentais, com 207 milhões de habitantes, seriam reduzir as emis­sões de gases efeito estufa em 37%. Em comparação com os níveis de 2005. O prazo final seria o ano de 2025. Além de reduzir as emissões de gases efeito estufa em 43%. Em tempo: abaixo dos níveis de 2005. O tempo dado pela Conferência de Paris, assinado pelo Brasil, é até o ano de 2030.

- Em contrapartida, um dado ne­gativo é a saída dos EUA do Acordo de Paris, anunciada pelo presidente Donald Trump, republicano que havia der­rotado Hillary Clinton, democrata.

A água e as fontes limpas de energia constituem o futuro, diz Rubens Marques. Do Tempo Pre­sente. Um novo conceito de His­tória também utilizado por Daniel Aarão Reis Filho, doutor da Univer­sidade Federal Fluminense [UFF]. Da área de História Contemporâ­nea. É o caminho para não degradar o meio ambiente, hoje, já devastado, afir­ma o servidor com mais de 35 anos de Saneago. Com um projeto de Economia e de Desenvolvimento sustentáveis, propõe. A Era de He­gemonia dos Combustíveis Fós­seis, do petróleo, está no final. Nos seus estertores.

- Os combustíveis fósseis dão os seus últimos suspiros.

A água não é um produto infi­nito, vocifera. É preciso apreen­der os múltiplos significados da emergência dos ‘No­vos Tempos’. De crise e escassez. É fini­to, garante. Uma demanda bási­ca para o fun­cionamento, com normali­dade, da socie­dade do Século 21, atira. A mé­dia de consu­mo, em Goiâ­nia, Capital do Estado de Goiás, por dia, é de 130 li­tros por pessoa. O consumo, em Bra­sília, a Capital da República, é de 400 litros, por dia, por pessoa.” É, sim, a hora de o Brasil ingressar na ‘Era da Modernidade’ e abandonar a utili­zação dos combustíveis fósseis”.

- Para adotar as fontes de ener­gias limpas. As energias solar e eó­lica são opções reais.

O sepultamento dos carros fun­dados em combustíveis fósseis já tem data marcada na Europa, o Velho Mundo. O carro elétrico entrará em cena. O investimento em transportes públicosdemassaseeficientes, assim como o incentivo à constru­ção de ciclovias e ao uso de bicicletas, deveriam pautar as políticas pú­blicas da União, dos Estados e dos mu­nicípios do Brasil, metralha Rubens Marques. Um homem de for­mação ilumi­nista, com ân­cora no futuro. Ele garante que não existe o menor risco de a Saneago ser privati­zada, como ocorreu com a Celg.

- Risco zero. Sem o menor funda­mento. O de uma suposta desestati­zação da Saneago. Uma empresa es­tratégica. Para o desenvolvimento de Goiás. Presente em 226 municípios.

A modelagem que a Saneago opera é a mais adequada, contem­porânea da modernidade, para a população, para o Estado de Goiás e também para os seus funcioná­rios, observa o gestor público, ex­-vice-presidente da estatal e ex-dire­tor do Complexo Dermu/Compav. Um operador de políticas públicas. Não haverá privatização, pontua. O atual modelo de negócios será mantido, garante. A Saneago está em 91% dos municípios dos 246 existentes em Goiás. O que atinge 5,5 milhões de pessoas. Números: o Estado de Goiás possui seis mi­lhões de habitantes.

Renato Dias, 50 anos de idade, é graduado em Jornalismo, forma­do em Ciências Sociais, com pós­-graduação em Políticas Públicas, possui curso de Gestão da Quali­dade Total e um mestrado em Di­reito e Relações Internacionais. Re­pórter especial do jornal Diário da Manhã, de Goiânia, Goiás. É autor de Luta Armada-ALN/Molipo – As 4 Mortes de Maria Augusta Tho­maz; O menino que a ditadura ma­tou – Luta Armada, VAR-Palmares, Desaparecimento e o Desespero de Uma Mãe; História – Para Além do Jornal; Não – Os sem gravata – Um escritor vai à Grécia, diagnos­tica a crise e vê qual é a do Syriza e da Troika; Cuba, hoje; Tardia e In­completa – A Justiça de Transição no Brasil; 1964-2016 – Página Infe­liz da Nossa História – Golpe de­põe Dilma Rousseff e anuncia um futuro a Temer; Rosas Vermelhas

 Estados Unidos, sob Donald Trump, recusam acordo celebrado na Conferência de Paris Rubens Marques Al Gore aponta os riscos das mudanças climáticas para o futuro do Planeta Terra   Crise hídrica deve ser combatida com infraestrutura, economia, preservação e cultura ambiental

NÚMEROS

246 Municípios de Goiás

60 Cidades em crise

2015 Conferência de Paris

2016 Conferência no Marrocos

2017 Crise hídrica em Goiás 

2018 Ameaça de crise

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