Home / Cotidiano

COTIDIANO

Comércio deve movimentar R$ 9,4 bilhões no feriado

  •  Maioria pretende pagar produtos à vista e 80% pesquisarão preços antes de comprar. Entre os inadimplentes que querem adquirir presentes, 69% estão negativados

Apesar da lenta retomada da economia refletir no âni­mo dos brasileiros, a maio­ria dos consumidores (72%) deve ir às compras este ano no Dia das Crianças, em especial as mulheres (77%). É o que revela pesquisa rea­lizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédi­to (SPC Brasil) em todas as capitais. No ano passado, 67% compraram presentes na data. Para 2018, a ex­pectativa é de que o varejo movi­mente cerca de R$ 9,4 bilhões.

Diante de um cenário com alto índice de desemprego e renda acha­tada, os gastos do consumidor tam­bém prometem ser ponderados. De acordo com o levantamento, (39%) dos entrevistados que presentea­rão, principalmente filhos, sobri­nhos, netos ou afilhados, preten­dem gastar o mesmo valor que o ano passado, enquanto 24% plane­jam comprar menos. No total, cada consumidor deve desembolsar, em média, R$ 187 com presentes.

O Dia das Crianças representa a última festa comemorativa antes do Natal e dará sinais de como será o desempenho das vendas no final do ano. “As intenções de compra da data servirão de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve acontecer no Natal, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afeta­do pelas dificuldades econômicas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Os impactos da crise ainda estão presentes no dia a dia das pessoas e contribuem para que boa parte gas­te menos na data. A principal razão para que haja um freio no consu­mo daqueles que pretendem gas­tar menos este ano deve-se ao or­çamento apertado (34%), enquanto 24% desejam economizar, 18% es­tão desempregados e por essa razão se veem impossibilitados de com­prar e 9% têm outras prioridades de aquisição (9%), como carro e casa. Há ainda os que precisam pagar dí­vidas em atraso (8%).

Embora os consumidores este­jam cautelosos, a pesquisa mostra que cerca de um terço (30%) pre­tende comprar dois presentes e 25% apenas um. A maioria (66%) espera pagar os produtos à vista e o dinheiro será a opção de 51% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparece o cartão de crédito parce­lado (34%) e em terceiro, o cartão de débito (28%). Entre os que plane­jam parcelar as compras, a média de prestações é de quatro parcelas.

Os shopping centers são o lu­gar preferido dos consumidores para fazer suas compras (42%), embora 35% optem pela inter­net, provavelmente motivados pela comodidade e praticidade de encontrar seus presentes. Já 28% mencionaram que busca­rão o tradicional comércio de rua. Mesmo com uma inflação menor se comparada ao auge da crise, a maioria dos entrevistados (59%) avalia que os preços dos presen­tes estão mais caros do que em 2017. Para 31%, os preços estão na mesma faixa e apenas 6% di­zem estar mais baratos.

O estudo aponta ainda que oito em cada dez consumidores (80%) pretendem pesquisar preços an­tes de comprar — em especial as mulheres (84%) e as classes C e D (82%). Entre os que adotam a prá­tica da comparação pela internet (77%), o meio de pesquisa mais uti­lizado são os sites de busca, como o Google (66%). Também há os que recorrem aos portais e aplicativos de comparação de preços (51%) e os sites de ofertas (48%). Muitos entrevistados disseram ter o hábi­to de pesquisar preços também em lojas de rua (46%), principalmente as mulheres (51%).

A economista do SPC Brasil aler­ta que os consumidores só devem ir às compras se o orçamento per­mitir e não houver contas em atra­so. “Mesmo que os valores pareçam baixos, todo esforço deve ser dire­cionado ao pagamento das dívidas. Já para quem está com as contas em dia, a recomendação é planejar os gastos e pagar à vista”, orienta.

Quando indagados se costu­mam gastar mais do que podem para presentear no Dia das Crian­ças, a maioria das pessoas (74%) respondeu que não. Por outro lado, 22% reconhecem assumir despesas acima de suas possibi­lidades financeiras.

A consequência do hábito de gastar além do próprio orçamen­to é a inadimplência: 28% dos que pretendem fazer compras nesta data possuem alguma conta atra­sada, sendo que destes, 69% es­tão com o nome sujo. Entre os que compraram presentes ano passa­do, 23% admitem ter ficado nega­tivado devido às compras do Dia das Crianças, sendo que 16% ain­da estão nesta situação.

No ranking dos itens que de­vem ser mais comprados aparecem: roupas e calçados (38%), bonecas (37%), aviões e carrinhos de brin­quedo (21%). Em tempos de dificul­dades, uma opção que atrai muitos consumidores é dividir o valor dos presentes com outras pessoas como forma de economizar. Cerca de 15% afirmaram que pretendem dividir o valor das compras, sendo que 50% vão fazê-lo com o cônjuge, enquan­to 24% com o pai ou mãe da criança e 21% com outros familiares.

Para 32%, a divisão do preço do presente será usada como estra­tégia de redução dos gastos. Mas parcela significativa dos consumi­dores também respondeu que vai dividir a compra por estar com o orçamento apertado (26%) ou por estar desempregado (22%). Já um em cada oito entrevistados res­pondeu que espera pagar os pre­sentes sozinhos (80%), sobretudo os homens (86%).

Em relação ao protagonismo dos pequenos no momento da esco­lha dos presentes e a influência do círculo de convívio e dos meios de comunicação nos hábitos de con­sumo das crianças, o estudo indi­ca que para 37% dos entrevistados existe pressão da criança para com­prar o que ela deseja. Por outro lado, 62% das crianças não fazem qual­quer tipo de pressão para ganha­rem o presente almejado.

Em outro dado instigante, qua­se a totalidade (92%) disse acredi­tar que a publicidade influencia as crianças na hora de pedirem presentes – especialmente en­tre os consumidores de 35 a 54 anos (96%). Além disso, a gran­de maioria (91%) ouvida também concorda em algum grau que as crianças sejam influenciadas por outras na definição dos presentes que gostariam de ganhar.

 Orçamento apertado é principal motivo para 34% dos consumidores segurarem gastos. Seis em cada dez entrevistados afirmam que presentes estão mais caros   80% pretendem pesquisar preços e 69% dos inadimplentes que vão às compras estão com o nome sujo

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias