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Brasileiro é preso na Tailândia após incendiar prédio público

O carioca João Vinicius de Souza Moraes, 33 anos, está preso na Tailândia desde 8 de agosto, quando foi detido acusado de atear fogo a um prédio do governo local. A família do rapaz teme que ele receba a pena de morte e corre contra o tempo para conseguir trazê-lo de volta ao Brasil.

Os familiares alegam que João Vinicius, que é natural do Rio de Janeiro, estava em surto psicótico na época. Segundo eles, o drama do brasileiro começou no início deste ano, quando o rapaz viajou a Bangkok para realizar um curso de mergulho. Mas devido a pandemia da Covid-19, João Vinicius teve que interromper seus estudo na Tailândia.

Por conta das medidas adotadas para conter a disseminação do vírus, o brasileiro, sem saber falar inglês, se viu obrigado a esperar pela flexibilização, como a abertura de aeroportos e o fim da quarentena, trancado dentro do hotel em que pretendia ficar hospedado até o fim das aulas.

De acordo com a tia dele, Nilzeli de Deus Moraes, 54, o sobrinho pretendia ficar Bangkok até que fosse possível finalizar o curso. “A prova final era presencial e era a única coisa que faltava para ele concluir esse curso. Ele achou que a pandemia fosse ser algo rápido e ficou aguardando lá para poder terminar esses estudos. Mas acontece que a pandemia evoluiu e o meu sobrinho acabou não conseguindo voltar”, disse a tia de João Vinicius.

Preso por duas vezes

A primeira vez que João Vinicius foi preso ele estava isolado no quarto, até que após ter saído para fazer uma refeição nas proximidades do hotel sem o uso de máscara de proteção obrigatória contra a Covid-19, ele foi preso em flagrante. De acordo com a tia so rapaz, ele ficou detido por 20 horas e conseguiu ser liberado após pagamento de fiança.

A família afirma que ele desenvolveu quadro de depressão e síndrome do pânico depois de ser assaltado, o que ocorreu a apenas uma semana após ter sido preso. Segundo os familiares, o brasileiro, por desepero, tentou deixar a Tailândia, mas como não tinha dinheiro suficiente para comprar a passagem e em estado de agitação, ele chamou a atenção dos funcionários do aeroporto, que acionaram as autoridades policiais.

“Após ficar algumas horas em uma delegacia de Bangkok, meu sobrinho conseguiu me ligar. Pediu que eu entrasse em contato com o consulado, porque, nas palavras dele, iriam matá-lo. Solicitei ajuda do consulado, que disse que já sabia da situação e que eu precisaria emitir uma autorização para interná-lo, caso fosse preciso.”

A segunda prisão veio após a tia de João Vinicius ter conseguido emitir a autorização solicitada pelo consulado. Com a autorização a polícia local tentou encontrar o rapaz, incialmente sem sucesso. Mas, três dias depois ele foi encontrado, em Chiang Mai – cidade que fica a 683 km de distância do hotel em que estava instalado. Porém quando a tailandesa o encontrou para então interná-lo, o brasileiro aparentava estar em quadro de surto psicótico.

Segundo Nilzeli, o sobrinho foi agredido com uma barra de ferro por funcionários do lugar em que ele estava hospedado e pelas autoridades locais. “O João disse que a polícia estava no hotel para matá-lo. Mas objetivo era interná-lo para tratamento. Na fuga, ele entrou em um prédio do governo e colocou fogo em um papel para se defender.”

João Vinicius, foi foi detido sob acusação de ter incendiado a Central de Pesos e Medidas Norte de Tang Ban Piang. Logo após foi transferido para um hospital psiquiátrico. Onde Nilzeli relata que ele faz 45 dias de tratamento de choque, e depois os médicos mudaram para tratamento medicamentoso.

"Não tivemos acesso até hoje ao laudo dele. Precisamos pagar o hospital e, também, uma advogada. Gastamos mais de R$ 50 mil com isso” alega a tia do rapaz.

Conforme Nilzeli, o sobrinho sobrinho foi levado para uma prisão após o tratamento, onde aguarda o andamento do caso. João Vinicius já passou por uma primeira audiência com a Justiça local, que o sentenciou ao pagamento de multa indenizatória no valor de R$ 550 mil. Após recurso da defesa, o montante foi reduzido a R$ 220 mil.

Pena de morte

Segundo os familiares, se não consiguirem levantar o dinheiro até a data da segunda audiência, marcada para 15 de março de 2021, o rapaz será sentenciado à pena de morte. “Ou ele paga ou ele vai para a pena de morte”, sustenta Nilzeli. Não está claro, contudo, que pena será pedida pela promotoria local.

Para tentar arrecadar a quantia,  a família agora organiza vaquinha virtual. Os interessados podem ajudar com doações de qualquer valor. Até essa segunda-feira (14/12), 38 pessoas já haviam doado pouco mais de R$ 4 mil.

Para o Metrópoles, o Ministério das Relações Exteriores informou que, por meio da Embaixada do Brasil em Bangkok, tem “prestado toda a assistência legal e material” ao brasileiro. A Divisão de Assistência Consular, afirmou que o caso está sendo acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. Também ressaltou que as informações só são repassadas aos familiares de João Vinicius.

Por nota, o Itamaraty alegou que não daria mais detalhes sobre o caso, em função da Lei nº 12.527/2011. “Informações pessoais que se referem à intimidade, vida privada, honra e imagem são protegidas por sigilo e não podem ser divulgadas”, enfatizou o órgão.

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