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90% das agressões a idosos são feitas por familiares ou cuidadores

Chegar a velhice ou se tornar um idoso e viver a vida de forma tranquila, é a vontade de muitos, mas infelizmente nem todos tem o que comemorar. Afinal a tranquilidade tão desejada, passa a ser preocupação, uma vez que o idoso passa conviver com agressões seja de familiares ou cuidadores. E durante a pandemia provocada pela Covid-19, o número de denúncias de violência contra o idoso subiu 81% em todo o território nacional.

Os números são do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) e mostram que do ano passado para cá, foram registrados pelo Disque 100 um total de 87.907 denúncias contra 48.446, com este sendo o maior registro da série histórica que teve início em 2011.

O Rio de Janeiro (RJ) lidera o ranking com 76,6% das denúncias, e é seguido de perto pelo Distrito Federal (DF) com 66,2%. Os números trazem os líderes de denúncias no país, e a capital de Goiás não fica atrás, Goiânia também registrou um aumento durante a pandemia nos casos, é o que afirma o titular da Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso (DEAI), Alexandre Alvim.

Número de agressões a idosos em Goiânia aumento durante a pandemia

De acordo com o titular da delegacia, a maioria das denúncias foram feitas de forma anônima ou diretamente na delegacia ou pelo Disque 100. Questionado sobre os fatores ou quem são os maiores responsáveis pelas agressões, Alvim afirma que 90% dos idosos são agredidos por familiares ou cuidadores.

"As motivações em sua maioria são decorrentes de questões financeiras, quando há interesse na apropriação de benefícios ou fontes de renda deste idoso. E na maioria das vezes os agressores usam de violência psicológica ou verbal para chegar a esse fim", explica o delegado.

Uma das principais questões dos maus-tratos contra os idosos apontada pelo delegado, é a falta de estrutura adequada para os cuidados com os idosos ou com pessoas despreparadas para atender as necessidades das vítimas.

Outro problema apontado por Alexandre Alvim é que a questão social está bastante presente na violência contra o idoso, com família desestruturadas ou familiares que são dependentes químicos, e o idoso como única fonte de renda, o que agrava a situação.

Denúncias de maus-tratos, exploração financeira e abandono são principais recebidas pela DEAI

De acordo com o delegado, a maior partes das denúncias recebidas são de crimes de maus-tratos, exploração financeira e abandono, o qual ocorre quando os familiares não prestam a devida assistência ao idoso e deixa faltar alimentos, medicação e cuidados médicos ao idoso.

Entre os casos que mais chamaram a atenção do delegado, está a ocorrência onde idosos foram encontrados amarrados e presos em celas em um abrigo clandestino. Alexandre Alvim reforça que antes dos familiares procurarem algum local para deixar o idoso, é preciso verificar as informações sobre o local, pois a maioria das pessoas querem é se livrar dos idosos e abandonam os entes em locais sem estruturas básicas.

"Crimes contra idosos são difíceis de apurar, pelo fato dos autores serem familiares, e as vítimas preferem sofrer e não denunciar para não verem seus filhos ou netos serem responsabilizados", conclui.

De acordo com o delegado a melhor forma de prevenção é o carinho, conversar com o idoso e identificar sinais de que ele esteja sofrendo ou angustiado.

Quando o idoso não quer fazer a denúncia, vizinhos e pessoas próximas podem ligar no Disque 100 e denunciar o caso, as denúncias podem ser feitas de forma anônima, e além do disque denúncia, as pessoas podem ir a DEAI para relatar o caso.

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