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Pandemia mudou a indústria de apostas. Mas será para sempre?

( Jonathan Petersson-Unsplash )

O mundo das apostas esportivas cresce assustadoramente em todo o mundo. Pouco mais da metade (51%) da população mundial realiza apostas esportivas ou participa de alguma atividade que envolve algum jogo de azar, físico ou online, a cada ano, de acordo com um relatório da Aruvian Research. São pessoas que buscam jogos de caça níquel grátis, bingo online, pôquer, entre outras modalidades. 

Em meio à pandemia, esse cenário ficou ainda mais evidente. Muitas pessoas tiveram que permanecer em casa diante das medidas restritivas. Para alguns, o refúgio ideal, como forma de hobby ou aumento de receita, foram as casas de apostas esportivas online, cada vez mais práticas e dispostas a receber todo e qualquer usuário.

O contexto para o setor, portanto, é de crescimento, com uma taxa anual composta projetada de 11,5% de 2020 a 2027, de acordo com um relatório da Grand View Research. Um levantamento feito pela Australian Gambling Research Center e divulgado em 2020 mostra que um em cada três participantes da pesquisa possuía uma conta vinculada à uma casa de apostas online.

Outros dados importantes mostram uma evolução importante do setor nos últimos meses. É de 32% a proporção de australianos que jogam quatro ou mais vezes por semana durante a pandemia. Antes do surto de covid-19, esse número era de 23%. Ainda na Austrália, um dos países que mais apostam, existem atualmente quase 197 mil máquinas de jogos, o quinto maior mercado do mundo. O Japão lidera o ranking com pouco mais de 4 milhões de máquinas.

Outro país da Oceania que apresenta resultados importantes é a Nova Zelândia. Uma das nações que responderam melhor à pandemia também conseguiu lucros importantes com as apostas esportivas e jogos de azar. O lucro entre julho a setembro de 2020 foi de 116% em relação ao mesmo período de 2019.

Apesar dos avanços significativos, a indústria está reticente sobre a continuidade do bom momento. Há o receio de que a abertura das atividades e o aumento da vacinação ajudem a diminuir o número de apostadores. Mais pessoas poderiam viajar e gastar tempo em outras tarefas que não os sites de apostas. Desse modo, a rentabilidade poderia voltar aos níveis pré-pandêmicos, interrompendo uma ascensão que tem sido histórica.

Em Macau, um dos lugares mais importantes do mundo quando o assunto são as apostas esportivas, o proprietário do cassino Melco lançou um programa para ajudar a comunidade local durante a pandemia COVID-19. A região foi duramente afetada pela baixa circulação de pessoas, algo que afetou a economia, hoje dependente do turismo e das atividades nos cassinos suntuosos da região.

O governo local anunciou que recebeu doações de empresas, apostadores e voluntários destinados à Câmara de Comércio para financiar a limpeza, desinfecção e higienização de escritórios, armazéns, lojas e fábricas, especialmente dos locais vinculados à indústria de apostas.

O cenário ocorrido em Macau levanta suspeitas sobre como a indústria irá se reorganizar daqui para a frente. Um dos principais pilares do mundo ainda tenta se restabelecer em um mundo que não está totalmente a salvo da pandemia. Enquanto plataformas online surfam uma onda vantajosa, espaços físicos sucumbem. Mas não se sabe até quando esse será o cenário preponderante.

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