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Jornalismo goiano perde pioneiro Walter Menezes

Ex-presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI) por cinco mandatos, Walter Menezes foi um dos pioneiros da imprensa em Goiânia.

Ao falecer nesta quinta-feira, 22, vítima de pneumonia bacteriana, o jornalista e publicitário deixa um legado  histórico para as próximas gerações da comunicação praticada em Goiás.   

O jornalista contraiu a doença após ser acometido de covid-19. Ele será enterrado nesta sexta-feira, 23, no cemitério Jardim das Palmeiras.

Walter chegou na Capital em 1942. Nasceu em Conquista (MG), mas desenvolveu toda sua carreira na cidade que surgia sob a estratégia política de Pedro Ludovico Teixeira. Em Goiás, já estabelecido na imprensa, abriu as portas para vários profissionais, dentre eles, o jornalista Batista Custódio.

Walter Menezes começou na imprensa como office-boy e depois gráfico no jornal “O Popular”, onde recebeu uma bolsa para estudos no período noturno. O jornalista atuou também na produção publicitária, sendo presidente de associações representativas.

Recordava com orgulho da campanha da vacina contra a poliomielite implantada por ele no estado de Goiás, cujas peças também circularam no Triângulo Mineiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília, Maranhão e Pará.

Em 1955, criou a primeira agência de publicidade de Goiás, denominada WM. Como presidente da AGI, pleiteou o curso de jornalismo da Universidade Federal de Goiás junto ao então reitor Colemar Natal e Silva, no final da década de 1960.

Na década de 1980, foi um dos defensores da fundação do Tocantins, tornando-se o primeiro presidente do Instituto Histórico do novo estado.

O presidente da AGI, Valterli Guedes, lamentou a morte do jornalista. Para ele, Menezes foi um dos pioneiros da defensa do direito à informação, editor dedicado, além de profissional que elevou o debate público em torno das prerrogativas da imprensa goiana. “Sua partida deixa um legado histórico imenso”. O presidente da AGI recorda de Walter, principalmente, pela capacidade de articulação, já que manteve a AGI em momentos difíceis.

O presidente do jornal “Diário da Manhã”, Júlio Nasser, lastimou a partida de Menezes. Segundo o presidente, o “DM” sempre deixou todas as portas abertas para a publicação dos textos de Walter. Os últimos escritos do jornalista foram publicados no “Opinião Pública”, espaço do impresso dedicado ao debate de ideias.

A associada Maria Paula relembrou sua euforia ao entrar na AGI: “Seus olhos brilhavam de satisfação”, conta. O presidente do Clube dos Repórteres Políticos de Goiás (CRPG), Ulisses Aesse, lembra dos encontros com Walter, que viveu por 89 anos: “Era sempre do bem, esfuziante, para cima. Chegava na Redação sempre com uma história que não sabíamos”.

Editor do “DM”, jornalista e advogado, também vice-presidente da AGI, Welliton Carlos lembra de Walter pela última vez: “Passei de carro pelas ruas do Centro e lá estava ele: de máscara e protegido durante a pandemia. Um ano antes, o encontrei no Centro: dei carona para ele até sua residência, no setor Fama. Perguntei como chegaria aos 90 anos, já que ele estava quase lá. E ele respondeu com aquela voz grave: só você andar como eu ando. E tudo ficará bem”. (Jackeline Osório)

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