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A enfermeira Lenilda dos Santos, 49 anos, morreu na fronteira do México com os Estados Unidos após ser largada para trás pelo grupo que ela fazia parte. Esse grupo tentava entrar no EUA com a ajuda de um coiote mexicano.
O corpo da enfermeira foi encontrado na quarta-feira, (15/09) em uma área de deserto na cidade de Deming, no estado americano do Novo México. O seu último contato com a família foi no dia 07 de setembro.
De acordo com os relatos dos familiares, Lenilda teria enviado uma mensagem de voz para o celular do seu irmão por volta das 15h25 do dia 07 de setembro, dizendo:
"Eu dormi aqui, eu não aguentei, eu estou sozinha, mas eles estão vindo me buscar. Eu to chegando, falta um pouquinho só para eu chegar. Eu não aguentei."Mensagem de voz enviada por Lenilda.
Em outro áudio, ela disse que estava com sede e pedia que o seu irmão falasse com os amigos dela para levarem água à ela.
" Eu esperei até 11 horas, mas ninguém veio. Eu peguei e saí do lugar", disse. " Eu estou escondida. Manda ela trazer uma água para mim, porque não estou aguentando de sede".
Mensagem de voz enviada por Lenilda.
A enfermeira estava com três amigos e um coiote mexicano na travessia do México para os Estados Unidos, desde o dia 05 de setembro, onde tentariam entrar sem o visto.
O irmão da enfermeira, o pecuarista Leci Pereira, relatou que Lenilda foi abandonada pelo grupo porque passou mal durante a caminhada.
“Largaram ela para trás. São pessoas que foram criadas junto com a gente, que conhecemos há mais de 30 anos. Ela confiou que eles iam voltar para buscá-la”, assinalou.
Leci Pereira, irmão de Lenilda.
Segundo o irmão, Lenilda trabalhava em dois empregos como enfermeira, mas tinha dívidas que não conseguia pagar.
"Ela já havia morado nos EUA em 2004, e decidiu voltar ao país para conseguir um emprego para ganhar em dólar, com a intenção de quitar os débitos".
Leci Pereira, irmão de Lenilda
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